SONHO DE AVENTURA (IV) DE LISBOA A NATAL
Conteúdo
1- Nada acontece por acaso
Mas, como nada
acontece por acaso, e, como dizem os chineses, “o tempo não conta “, ou, ainda,
“dai tempo ao tempo”, o mais importante é o que nele acontece, momento a
momento.
1.1- Em Natal
Pois, meus
amigos, não é que, o “Sonhador Beirão” foi mesmo até ao Brasil, não para aí se
estabelecer como um moço de recados, nem como um emigrante/imigrante, a pedir um
emprego, por favor, mas sim como um professor e com o estatuto de pesquisador.
A oportunidade
dessa ida ao Brasil, foi noticiada na Internet, vinda da parte da Universidade
Lusófona que estava a organizar uma “Conferência Internacional” a ter lugar na
cidade João Pessoa, situada nas margens do rio Sanhau e
capital do Estado a Paraíba, sendo dedicado ao tema genérico “Educação,
Globalização e Cidadania: Novas Perspectivas da Sociologia da Educação”.
Posto em
contacto com a Professora Natália Ramos, e decidindo ela formar uma Mesa
subjugada ao tema Educação, Interculturalidade e Cidadania, convidou sua irmã,
Professora Doutora Maria da Conceição Ramos, a Maria Tabita Almeida, Adelino Torres
Antunes e o nosso “Sonhador”. Apesar de, ao princípio, não acreditarmos na
possibilidade de virmos a ser aceites, fizemos a inscrição. Enviámos o resumo
da Comunicação respectiva, e ficámos à espera de uma resposta.
No dia 14 de
Janeiro de 2008 recebemos esta comunicação, vinda de João Pessoa (Brasil):
“João
Pessoa (Brasil), 14 de Janeiro de 2008-02-27
Prezada Dra. Natália Ramos,
Temos a satisfação de comunicar que a Mesa
Temática Educação, Intercultualidade e Cidadania, proposta por V. Sa., foi
aprovada pela Comissão Científica da Conferência Internacional – Educação,
Globalização e Cidadania: Novas Perspectivas da Sociologia da Educação (www.socieduca-inter.org) que ocorrerá
na Universidade Federal da Paraíba (João Pessoa, Brasil) entre 19 e 22 de
Fevereiro de 2008.
Cordialmente,
Prof.
Dr. Afonso Celso Scocuglia
(Coordenador)”
Esta sua
participação num evento desta envergadura, e esta sua primeira visita ao
Brasil, agendada para os dias 18-19 de Fevereiro de 2008 iria acontecer 200
anos após a chegada ao Brasil da Família Real Portuguesa, chefiada por D. João
VI, pois que, tomou a decisão de partir para o Brasil, em 1807, vindo a
concretizar-se o desembarque no Brasil, em Salvador (Baía), no dia 22 de
Janeiro de 1808. Não sendo esta cidade a que ofereceria melhores condições,
decidiu partir para o Rio de Janeiro onde chegou no dia 8 de Março do mesmo
ano, desembarcando no cais do Largo do Paço que hoje se chama Praça XV de
Novembro.
Para comemorar
esta efeméride, os Correios Brasileiros lançaram um selo com a sua chegada ao
Rio de Janeiro que o Prof. Dr. Juarez, pois tinha-o recebido num envelope que
tinha sido expedido a 19 de Fevereiro de 2008 e que, depois de o descortinar na
Internet, o reproduzo, aqui, para que conste.
Dois
aspectos – dois selos[1],
comemorando a chegada ao Brasil da Família Real Portuguesa ao Brasil, ocorrida
a 22 de Janeiro de 1808
Assim, o que
está sucedendo transforma em realidade aquele seu sonho de criança de um dia
receber uma carta de chamada. Este documento do Professor Doutor Afonso Celso
Sccocuglia, não é mais do que um substituto daquela carta que o Sr. José Beirão
lhe havia prometido, mas que, por motivos insondáveis, não pôde enviar-lha. Sem
dúvida, a sua vinda ao Brasil seria de uma outra maneira e teria novos
contornos e novos desafios. Nada acontece por acaso, meus amigos, e todos os
que se sente desiludidos pelos vaivéns da sorte, confiem e acreditem num futuro
diferente. Não importa o nome, nem o tempo dos actores, mas sim o papel
desempenhado por cada um deles.
A partir desta
comunicação pôs-se cada um dos intervenientes a trabalhar, com unhas e dentes,
na investigação e na elaboração das respectivas Comunicações. Deram muito
trabalhinho, lá isso é verdade, tanto em Portugal, como no Brasil, onde se propôs
começar e avançar esta crónica.
1.2- Viagem para Natal (Brasil)
Em Fevereiro de
2008, Tabita Almeida e Adelino Antunes, uma vez que se encontravam no Porto, a
frequentar os cursos presenciais para o doutoramento, contactaram a Agência
Abreu, sita na Rua Dr. Plácido da Costa, Campus S. João – Piso 0, nº 104
A- 4200-450 Porto, Portugal, tendo sido atendidos pela Sra. Eduarda Duarte[2], no intuito de reservarem Bilhetes, para
Natal, por meio do Código de Reserva : XP3QSU, custando 980.57, com a taxa TTL
incluída. Assim, poderiam ir participar no Evento que teria lugar em João
Pessoa, que se distancia de Natal, cerca de 185km.
Situação geográfica de João Pessoa (Paraíba)[3]
De seguida,
para que os assuntos correntes da casa, em Lisboa, continuassem a funcionar com
normalidade, falou-se com a Samanta, João Firme e Tiago os quais se
prontificaram a tomar conta de tudo, fazendo a promessa de que tudo fariam para
que tudo se processasse com normalidade durante o tempo da estadia no Brasil. Perante
esta promessa, dedicou-se cada um ao seu trabalho de investigação e redacção
das comunicações respectivas a serem apresentadas.
1.3 - Partida para o aeroporto da Portela de Sacavém
A partida
estava marcada para as 15:50 horas do dia 14 de Fevereiro (quinta-feira),
devendo os passageiros dar entrada no Check-in, duas horas antes, o que
já não era possível porque a Tabita e o Adelino ainda tiveram que ir à escola e
por lá ficaram até cerca do meio dia. Cerca das 12:45 horas chegaram a casa e,
depois de um frugal e rápido almoço distribuíram-se as malas por dois carros, sendo
conduzido por João Firme e Samanta Almeida. Além das malas que eram cinco (duas
do Adelino, duas da Tabita e uma do “Sonhador”), havia sacos e saquitos, e
ainda o computador e mochila do Adelino.
Feito o check-in,
saíram os três viajantes para tomar e oferecerem um café ao João e à Samanta e,
depois de muito tempo de espera dirigiram-se à porta de embarque. Já lhes
tinham dito que o avião estava atrasado, mas daí a atrasar 3 horas ou mais, é
que estava longe de caber nas suas cabeças! Marcado o voo para as 15:50 horas,
ele estava a ser protelado para uma hora incerta e muito além do esperado!
Pois foi mesmo.
Só lhes disseram que estava atrasado devido a ser necessário proceder a uma
reparação no motor. Nunca davam, no entanto, uma previsão acertada. Finalmente
lá os chamaram para o embarque. Enfim, é para lamentar! Para aquilo que foi
pago, foram muito mal servidos. Com procedimentos destes, não admira que a TAP
tenha vindo a perder passageiros!
Finalmente
ouviu-se o anúncio, há tanto tempo esperado:
- “Os Senhores passageiros de TAP
145 com destino a Natal dirijam-se às portes de embarque”.
Eram já as
19:00 horas e todos estavam cansados e fartos, de tanto esperarem! Foi um
alívio!
Uma
vez no avião, foi-lhes servido o jantar, pouco depois de terem descolado. A
refeição foi boa. A ementa da refeição principal constava dos
seguintes pratos: como entrada foi servida uma Salada de alface com cenoura,
enquanto o prato principal constou de porco com alecrim, puré de batata com
maçã ou Farfalle com frango e molho
de tomate e como sobremesa foi servido cheese-cake de framboesa.
Mais
tarde foi-lhes servida uma Refeição
ligeira que constou de uma sanduíche, pastelaria, café ou chá.
O
voo, apesar de atribulado devido ao grande atraso, foi bom, aterrando no
aeroporto internacional de Natal, Augusto Severo, por volta das 23.45 horas,
quando deveria ter chegado às 20:15 horas do dia 14 de Fevereiro. Foram só três
horas e meia de atraso! “Até nem foi muito” diriam os responsáveis da TAP!
1.4- Recepção no aeroporto de Natal (15 de Fevereiro 6ª-feira)
Apesar do longo
atraso do voo e da interminável fila de passageiros a serem atendidos pela
Polícia Alfandegária, o Professor Juarez Chagas, sua esposa, Professora Fátima
Ramos, Professora Márcia Rocha e sua Filha Márcia Andreia não esmoreceram e
encontravam-se à espera, logo depois que foi transposta a sala alfandegária.
Grandes heróis e grandes heroínas!
Além do
simpático gesto comum a todos os nossos amigos, o Professor Juarez havia
composto um enorme cartaz que primava, não apenas pela sua beleza de
caligrafia, mas também pela cor e jeito, próprios de um artista plástico e de
um escritor, já de renome! Esse cartaz apresentava as Boas-Vindas e dizia
concretamente: Tabita, Matias e Adelino, sejam bem-vindos a Natal!
Fosse pela
beleza ou tamanho, fosse por aquilo que passou a representar para os
recém-chegados, o Adelino apropriou-se dele e nunca mais o largou. No dia do
regresso a Lisboa, lá se via ele com o cartaz enrolado, como se fosse um dos
Rolos sagrados do Bíblia, encontrados nas Grutas do Qumrân.
1.5- Instalação no Hotel Parque Costeira
Feitas as
apresentações casuais, conduziram-nos à sua residência, sita na Rua Verdes
Mares, nº 1191, Bairro Nova Descoberta, – 59075-330 – Natal, Rio Grande do
Norte (RN), onde a Professora Fátima Ramos lhes serviu um belíssimo cocktail, à
Brasileira, fazendo-os degustar a boa cozinha nordestina.
Após o cocktail
e depois de uma longa “conversa de matar saudades”, levaram-nos ao Hotel
Parque da Costeira, sito na Via Costeira, Km 07, Parque das Dunas,
Natal-RN/Brasil[4], entre a Praia da Areia
Preta e as dunas, bem perto do Farol da Mãe Luíza.
O casal Chagas
tinha-lhes reservado, com todo o esmero e carinho, quartos para os três com
sala de banho individual, sendo os seus números 3.216 e 3217 respectivamente.
Eram quartos maravilhoso, e confortáveis, com ar condicionado e muito amplos. O
hotel está muito bem situado, sendo constituído por dois edifícios circulares,
ligados por uma secção longitudinal, de forma semicircular.
Configuração do Hotel Parque da Costeira a partir do
cartão de entrada
No espaço,
aconchegado pelas três secções, encontram-se as piscinas, as zonas de lazer e o
amplo restaurante, invejável pela sua frescura e recheio.
Piscinas, durante a noite
Com o casal Fátima e Juarez Chagas no Hotel Parque da
Costeira
2- Natal e as seus atractivos principais
Andando um
pouco, em direcção a Norte, vai-se dar ao estuário do Rio Potengi que é formado
substancialmente por três afluentes consideráveis que vêm da região da Macaíba.
Para passar da cidade de Natal para as regiões de Ceará Mirim, Maxarnguape e
Cabo de São Roque existe, hoje, a “Ponte Forte Redinha”, cuja forma faz lembrar
a ponte lisboeta “Vasco da Gama”. O nome de “Redinha” vem-lhe da Praia que
assim se chama e junto à qual foi construída a ponte.
Ponte “Forte Redinha” ou “Ponte de Todos – Newton
Navarro” (2008)
Esta ponte apresenta as seguintes
características[5]:
Nome
oficial
|
Ponte
de Todos - Newton Navarro
|
Via
|
2 Vias,
2 de segurança, 1 via para pedestres e 1 via para ciclistas.
|
Cruza
|
Rio
Potengi
|
Localização
|
Natal – Rio Grande do Norte
|
Mantida
por
|
Governo
do Estado do Rio Grande do Norte
|
Design
|
Ponte
estaiada
|
Maior
pilar
|
103,45
m
|
Maior
vão livre
|
212
m
|
Comprimento
total
|
1.781,60
m
|
Largura
|
22
m
|
Altura
|
55,10
m (pista no vão central)
103,45 m (mastros principais) |
Tráfego
|
25
mil veículos/dia
|
Início
da construção
|
24
de Outubro de 2004
|
Término
da construção
|
27
de Novembro de 2007 (4 anos)
|
Data
de abertura
|
21
de Novembro de (4 anos)
|
Pedágio
|
Não
|
Coordenadas
|
5º-45’
S-35º12’ W.
|
Folheando um
prospecto turístico que recolheu na sala da Alfândega, deu de caras com os
números relativos à população da cidade onde nos encontramos, capital do Estado
do Rio Grande do Norte.
Natal, fundada
em 25 de Dezembro de 1599, pelo Capitão-Mor de Pernambuco, Manuel Mascarenhas
Homem, forma um Município que é a capital do Estado do Rio Grande do Norte e
tem como Prefeito, Carlos Eduardo Alves (PSB); possui cerca de 800 000
habitantes[6] que
se chamam “Natalenses”, numa população total do Estado que é de cerca de 3 000
000 (três milhões) de habitantes.
No tempo em que
nos encontrávamos em Natal, Wilma de Faria era a sua Governadora, tendo ela
a honra de ter sido a primeira mulher a governar esse Estado durante dois
mandatos, depois de ter sido a primeira deputada federal, eleita em 1986[7].
Assumiu o Governo do Estado do Rio Grande do Norte (RN) em Abril de 2002, com
820.541 votos, correspondentes a 61,05% dos votos válidos. É reeleita em 2006,
com 824.101 votos, correspondentes a 52,38% dos votos válidos.
Natal pertence
à Mesorregião do Leste Potiguar e à Microrregião do Estado de Natal; possui
uma área de 170,298 km2 e dista de Brasília cerca de 2 507 km.
A história do
Rio Grande do Norte teve a sua visão portuguesa a partir do ano de 1535, data
em que a frota de Aires da Cunha, a serviço do donatário João de
Barros e do Rei de Portugal chegou a terras
brasileiras. Mas, ao chegar
deparou-se com a resistência dos indígenas potiguares e dos piratas
franceses que traficavam o pau-brasil.
Dois anos ainda
não eram passados e já, a 25 de Dezembro de 1597, uma segunda esquadra
comandada por Manuel Mascarenhas Homem de Albuquerque dava entrada e fundeava,
sentindo a necessidade de se defrontar com os indígenas e corsários franceses.
A 6 de Janeiro
de 1598 iniciaram a construção de um forte sobre os recifes que se encontravam
na Boca da Barra, vindo a ser chamada Fortaleza do Rio Grande que foi
concluída no dia 24 de Junho desse mesmo ano. Trata-se da Fortaleza dos Reis
Magos, construída em forma de estrela.
Nas redondezas
dessa Fortaleza começou, então, a surgir um pequeno aglomerado de habitações
que veio a formar o “Povoado dos Reis”. A partir de certo tempo esse povoado
subiu de posto e passou a ser a “Cidade Dos Reis”, passando depois a “Cidade de
Natal”.
Natal é, pois,
“o portal de entrada das Américas, ponto mais próximo da Europa e África … uma
cidade que nasceu e se fez entre rios e o mar, sendo, desde o seu nascimento
rodeada de dunas e verdura, à mistura”.
Voltando ao
assunto da nossa instalação em Natal deve ser assinalada a principesca
hospedagem que o casal Chagas reservou nesse Hotel que leva por nome Hotel
Parque da Costeira, onde os três participantes no Seminário de João Pessoa
iriam permanecer desde a noite do dia 15, até ao meio-dia do dia 19, data em
que viajaram para João Pessoa no intuito de apresentarmos as suas comunicações.
A calma
oferecida pelo hotel ajudou-os muito, pois que, mais comodamente, conseguiram
avançar a redacção final das ditas comunicações que seriam apresentadas no dia
21, entre as 10 e as 11 horas e meia.
Todos os dias se
viam consumidos pela preocupação, vivendo numa grande azáfama. O Adelino e a
Tabita dedicados ao aperfeiçoamento da Comunicação sobre a (in)disciplina,
enquanto o “Sonhador” se preocupava com o melhoramento da sua que versava sobre Manuel De Sá (1530-1596): Da
Diáspora e Interculturalidade à Justiça e Cidadania”.
Na sexta-feira
(15-02-2008 17:18), “Sonhador” recebe a resposta ao e-mail que tinha enviado a Espanha a pedir informações sobre a
pessoa de Manuel de Sá que dizia o seguinte:
Estimado Sr.
(……)
No tengo datos
para responderle sobre Emanuel Sá.
Creo
que le podrán dar alguna información en el archivo histórico de nuestras
Provincias de Esspaña: Yo le puedo proporcionar el e-mail del encargado
del archivo de la Provincia de Castilla: amancioarchivo@hotmail.com.
Esta persona le puede informar acerca de lo que tienen allí.
Una
buena Biblioteca de la Compañía en la que hay muchos libros antiguos es la
de la Universidad Pontificia Comillas de Madrid: maria@bib.upcomillas.es.
Escríbales
en portugués, que lo podrán entender bien.
Investigando um
pouco mais sobre a história de Natal poderão ser acrescentados mais alguns
dados a seu respeito. Encontra-se localizada a nordeste do Brasil, muito perto
da linha do Equador, a 31 metros do nível do mar. O seu local mais próximo de
África e da Europa situa-se na Ponta Negra, actualmente muito conhecida sob o
ponto de vista turístico, não fossem tão mornas as águas das suas vinte praias
de água límpidas!
Os seus
habitantes procedem do cruzamento de duas tribos indígenas: a tribo dos Patiguares, originários do Rio Grande do
Norte e a tribo dos Tapuais, também
conhecidos por “bárbaros” por serem temidos não só pela sua força, mas também
por surgirem das estranhas regiões do Norte.
A cidade de
hoje, nem sempre foi assim, mas levou alguns séculos a atingir a sua grandeza
actual. Iniciou-se, a partir da construção do Forte dos Reis Magos com o
intuito de serem defendidas as terras da região contra os franceses e
holandeses que começavam a cobiçar as riquezas desta região. Como essa
construção se iniciou a 25 de Dezembro de 1599, a povoação que surgiu à sua
volta foi baptizada com o nome de Natal, comemorando-se, assim, a festa
natalícia de Jesus.
Os anos, e
mesmo séculos, rodaram, sem que essa povoação se desenvolvesse grandemente. Foi
preciso que se desse a 2ª Grande Guerra para que Natal mudasse de figura e de
importância. Tendo-se tornado uma base militar dos Aliados americanos que daí
partiam em direcção aos portos europeus, unidos na guerra contra Hitler, passou
do anonimato a uma grande notoriedade.
Segundo Arthur
Freitas[8], o
seu verdadeiro desenvolvimento começou no século XVIII, e processou-se em duas
grandes etapas. Primeiramente (…), “após a Guerra de Reconquista ou a chamada
Guerra de Pernambuco (1640 a 1649), em que os holandeses foram expulsos do
Nordeste brasileiro, graças a uma intensa participação de Felipe Camarão,
príncipe dos índios do Brasil, que estabeleceu uma aliança entre portugueses e
índios, permitindo, assim, que os portugueses se estabelecessem na fronteira do
seu império; em segundo lugar, deu-se um grande incremente depois da Guerra dos
Bárbaros (1688 a 1713), fase em que os índios foram “domesticados” e a Praça
André de Albuquerque foi ocupada definitivamente pela população”.
2.1- Localização geográfica de Natal
Natal é banhada
pelo Oceano Atlântico e dividido pelo rio Potengi, sendo, como já foi referido,
o ponto na América do Sul mais próximo da África e da Europa[9].
O arquitecto
italiano Giacomo Plumbo idealizou a cidade moderna como a vemos hoje e, daí em
diante, o seu desenvolvimento turístico que começou nos anos 80 foi-se
alargando sem nunca mais parar. Hoje vê-se um pulular constante de novos
edifícios, sobretudo hotéis, que exploram, de todas as formas, praias, parques,
assim como Restaurantes na capital sob cuja acção se exploram recursos
naturais, como, por exemplo, toda a casta de frutos, reservas hídricas e energéticas como o petróleo e o gás Natural, no solo do Estado a que
pertence.
2.2- Regiões Administrativas e Bairros
Eis as principais Regiões
Administrativas e os seus respectivos Bairros[10]:
1ª Região Administrativa: Região Leste[11]
Mapa de Natal (Região
Leste)[12]
O Litoral[13],
por sua vez, encontra-se adornado de belas praias, às quais se chega por
estradas alcatroadas, ou de terra batida, sendo possível nestes últimos casos,
utilizar transportes apropriados para circularem inclusive sobre areia, sem se
correr o risco de se ficar, imóvel ou a patinar, enterrado.
Nalgumas zonas,
porém, é difícil utilizar os transportes rodoviários, à excepção de motas
apropriadas, principalmente nos troços que vão desde a Ponta do Calcanhar até ao
Cabo São Roque Maxaranguape. Talvez, mais tarde se abram acessos que facilitem
a sua descoberta.
2.3- Trabalho no Hotel Parque da Costeira
Nos dias 16-19 de Fevereiro passou-se
a maior parte do tempo a preparar as Comunicações, saindo com o casal Chagas,
apenas, para almoçarem ou jantarem em restaurantes que, por sinal, os
satisfizeram pelo requinte das refeições e pelo arejamento das suas instalações.
Foram, por exemplo, aos Restaurantes “Tábua da Carne”, “Chapéu de Palha”,
“Mangai” e outros. Entretanto, foram aproveitando alguns intervalos para
visitarem, de fugida, a cidade.
3- Conferência em João Pessoa (21 de Fevereiro – Quarta-feira)
Como as
Senhoras Professoras, Natália e Conceição Ramos que iriam participar no mesmo
Congresso – sendo a primeira a organizadora de uma das Mesas Temáticas (a nº 9)
–, se encontravam em Natal, hospedadas em casa de uma amiga comum, combinou-se
ir para João Pessoa no mesmo autocarro, no dia 19 de Fevereiro. Assim, foi
solicitado ao Professor Juarez que comprasse cinco bilhetes. Este encarregou-se
de comprá-los para o Autocarro da empresa da “Viação Nordeste LDA”.
Deu-se a
partida às 15.30h. do dia 19 de Fevereiro de 2008, no dito transporte, nas
imediações do estádio “Machadão”. Antes, porém, da partida, foi servido e
oferecido pelo casal, Fátima Ramos e Juarez Chagas um almoço, à brasileira.
Ao chegarem ao terminal
de João Pessoa, estavam à sua espera a Dra. Vândia, que os conduziu, de táxi,
ao Apartamento da sua tia, professora Doutora Ieda Franken, onde nos esperavam os
seus dois filhos que os receberam calorosamente. É um belo apartamento, no 16º
andar. Deste desfruta-se uma belíssima paisagem, em direcção ao mar. Igual
calor lhes foi dispensado pelos três durante todo o tempo que estiveram em João
Pessoa (de 19, à noite, até 21, às 15.30h), ou seja, desde a sua chegada a João
Pessoa, até ao seu regresso a Natal.
Vista da Praia de João Pessoa[14]
3.1- Um Pouco de História sobre João Pessoa
Em 2008, a
cidade de João Pessoa fez, precisamente 423 anos de existência, pois que foi
fundada em 1585. Fundada nas margens do Rio Sanhauá, foi-se estendendo
languidamente em direcção ao mar, ao mesmo tempo que era bafejada pela beleza
das suas praias que ocupam uma área, aproximadamente de 30 quilómetros.
Situa-se no
nordeste do Brasil, no Paraíba, ficando a menos de duas horas do Recife, a duas
horas de Pipa e a 2 horas e 34 minutos de Natal, distando desta última cidade
entre 185 a 191 km, consoante as estradas tomadas.
Mapa entre Natal e João Pessoa
No Cabo Branco eleva-se um Farol, de forma triangular
que foi construído em cima de uma falésia muito arborizada. Encontra-se,
também, em João Pessoa um dos Marcos geodésicos mais importantes do Brasil e do
Mundo, a assinalar o Ponto Extremo Oriental das
Américas pois que é ali que, não só se situa o ponto mais próximo do Continente Africano[15], como
também o local americano “onde o sol nasce primeiro”.
Com uma temperatura na média dos 29 graus centígrados,
as águas de toda a Costa do Sol convidam todo o forasteiro e nativo a um banho
refrescante, nomeadamente nas praias do Cabo Branco, de Tambaú,
Manaíra e Bessa.
O nome de “João Pessoa” tem a sua
própria história. Fundada a cinco de Agosto de 1585 para ser a sede de uma
Capitania real, sem passar pelo estádio de vila ou povoado como era usual nas
restantes localidades, esta cidade foi baptizada, em primeiramente, no ano de
1588 com o nome de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, no intuito de homenagear
Filipe II, rei de Espanha e I de Portugal.
A partir da invasão da Paraíba pelos
holandeses, em 1634, passou a ser chamar-se Frederikstadt (ou cidade de
Frederico), em homenagem ao rei Frederico Henrique II, príncipe de Orange
(Holanda). Com saída destes, em 1654, voltou ao seu nome de origem (Filipeia
Nossa Senhora das Neves), assim permanecendo até 1817, data em que se lhe deu o
nome de Parahyba do Norte, devido ao seu rio ser o principal acesso,
continuando, ainda actualmente a ser o rio principal do Estado do Rio Grande do
Norte.
A mudança do seu nome não ficaria por
aqui. A partir de uma visita que D. Pedro II do Brasil fez à cidade, em fins de
1859, passou temporariamente, a chamar-se Imperial Cidade. A 26 de Julho de
1930, o então Presidente da Província, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque e
concorrente, como candidato, a vice-presidente, foi assassinado no Recife (na
chapa de Getúlio Vargas), acontecimento triste que originou a “Revolução de
1930”. Em homenagem a este homem, considerado herói e mártir, foi decretado
pelo Governo Central que o nome de Imperial Cidade fosse substituído, pelo nome
de João Pessoa, dando, assim satisfação ao pedido que tinha sido feito pelos
habitantes dessa cidade.
3.2- Últimos retoques aos temas da Comunicações
Na noite de 20 para 21 deram-se os
últimos retoques aos temas. Eram as irmãs Ramos nos seus aposentos e na sala do
hotel, preparando as suas comunicações, enquanto no apartamento da Prof. Ieda
e, depois, no hotel, juntamente com as primeiras, revia o outro grupo as
suas respectivas Comunicações.
Adelino Tabita e Matias, trabalhando no salão do Hotel[16]
Finalmente
descansámos houve um pequeno intervalo de descanso no salão do hotel onde
estavam hospedadas as Professoras Ramos e onde tivemos a honra de conversar com
o já célebre Professor argentino, Carlos Alberto Torres, aqui enquadrado nesta
foto de recordação.
Da esquerda para a direita: Alberto Torres, Filomena
Vidal, Maria Tabita Almeida e Adelino Antunes
Não satisfeitos ainda, os trabalhos foram continuados e
aperfeiçoados de regresso ao local de hospedagem.
4- Mesas, Temas e Conferências
Ora, no dia 21
de Fevereiro de 2018, às 10:00h, a Mesa Temática Educação,
Interculturalidade e Cidadania (nº 9) que tinha sido aprovada pela
Comissão Científica da Conferência Internacional – Educação, Globalização e
Cidadania: Novas Perspectivas da Sociologia da Educação, para ser
apresentada no período do evento (19 - 22 de Fevereiro de 2008), dava entrada
na Sala nº 1 do Salão.
Esta mesa era
composta pelos seguintes Membros:
1 - Maria
Natália Pereira Ramos (Coordenadora) da Universidade Aberta de Lisboa com o
tema Crianças e Famílias em Contexto Migratório e Intercultural – Desafios
às Práticas e Políticas Educacionais, Sociais e de Cidadania;
2 - Maria da
Conceição Pereira Ramos da Faculdade de Economia – Universidade do Porto, com o
tema Desafios à Europa Social No Contexto da Globalização – Gestão da
Diversidade e da Educação nas Sociedades Multiculturais e do Conhecimento;
3 – Ileana
Constantinescu da Academia de Estudos Económicos de Bucareste, Roménia que
apresentou o tema: As Novas Exigências da Educação no Contexto da
Globalização
4 - José Coelho
Matias da Universidade Portucalense, com o tema Manuel de Sá (1530-1596): Da
Diáspora e Interculturalidade à Justiça e Cidadania;
5 - Maria da
Penha Lima Coutinho da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, (Brasil)
com o tema Adolescentes Imigrantes Brasileiros no Contexto Escolar em
Portugal: Representações Sociais e Vivências Psicoafectivas em Contexto
Intercultural;
6 /7 - Maria
Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida e Adelino Torres Antunes da
Universidade Portucalense, com o tema conjunto Educação e Indisciplina na
Diversidade;
Na ausência da Professora
Maria da Penha Lima, a sua Comunicação foi apresentada por uma outra professora
da Universidade Federal de João Pessoa.
Mesa Temática, nº 9
Da esquerda para a direita:
Maria Tabita, Almeida, proferindo o seu discurso,
Ileana Constantinescú,
Maria Natália Ramos (Coord.), Conceição Ramos, X, e
José Coelho Matias
4.1- Resumos das Comunicações[17]
Para que os leitores fiquem com
uma ideia dos vários temas tratados pela Mesa nº 9, aqui ficam os resumos das
respectivas Comunicações:
1. Desafios à Europa
Social no Contexto da Globalização – Gestão Da Diversidade e da Educação nas
Sociedades Multiculturais e do Conhecimento:
Maria da Conceição Pereira Ramos
(Faculdade de Economia - Universidade do Porto, Portugal)
Resumo
A sociedade
de informação e o processo de globalização condicionam as prioridades de acção
do Estado Nação em domínios do conhecimento (educação, formação, inovação) e
colocam novos desafios aos direitos de cidadania e ao modelo social europeu.
O papel da
educação/formação é fundamental na edificação da cidadania e da inclusão
social.
Em Portugal
e na União Europeia, o aprofundamento da inclusão social, o desenvolvimento da
sociedade do conhecimento e a gestão da diversidade cultural na era da
globalização, exigem uma atenção acrescida às questões da educação e da
cidadania.
Portugal e a
União Europeia só poderão sustentar o seu modo de vida e o seu modelo social,
reformando-o e criando uma nova base de crescimento e emprego, assente em
factores competitivos ligados à qualificação, à inovação, ao conhecimento e à
coesão social.
Palavras-Chaves:
Globalização; Educação; Cidadania; Inclusão Social; Coesão Social
2. As Novas
Exigências da Educação no Contexto da Globalização
Ileana
Constantinescu (Academia de Estudos Económicos de Bucareste, Roménia)
Resumo
No contexto
da globalização os contactos entre os especialistas dos diferentes domínios
tornaram-se cada vez mais frequentes e obrigatórios. Quer se trate de
negociações ao nível de empresas virtuais, de equipas virtuais, de sociedades
multinacionais ou ainda de cooperação internacional ao nível educativo, os
jovens e adultos dos diferentes países do mundo são, cada vez mais, expostos em
contacto directo ou virtual através da Internet. Daí a importância do papel da
educação no ensino das línguas estrangeiras e na preparação dos futuros
especialistas dos diversos domínios de especialidade ao nível linguístico e
comunicacional. O conhecimento da língua e da terminologia técnico-científica
nos domínios técnico, económico, médico, educativo, psicológico e informático é
indispensável para assegurar e promover uma boa comunicação e colaboração entre
os actuais e futuros especialistas nos domínios chaves do saber e da
intervenção.
Este
objectivo, poderá ser atingido através, nomeadamente, de manuais de línguas
estrangeiras centrados em objectivos específicos e de dicionários de
especialidade multilingues, acompanhados de materiais e aplicações multimédia.
Nesta
comunicação científica propomo-nos apresentar e discutir esta problemática,
através de exemplos de dicionários multilingues que organizámos e publicámos na
Roménia, em diferentes domínios.
Palavras-Chaves:
Globalização; Dicionários de especialidade multilingues; Línguas estrangeiras;
Educação Multilingue; Aplicações Multimédia.
3.Crianças e
Famílias em Contexto Migratório e Intercultural – Desafios às Práticas e
Políticas Educacionais, Sociais e de Cidadania.
Natália
Ramos (Universidade Aberta, CEMRI, Lisboa, Portugal)
Resumo
Na
actualidade, as questões da diversidade cultural, da mobilidade das populações
e das relações interculturais são da maior importância no contexto do mundo
globalizado, estão no centro das preocupações da maioria dos Estados, vindo
colocar novos desafios à sociedade e às políticas do século XXI nos diferentes
sectores, em particular no domínio educacional.
O paradigma
intercultural vem desafiar os paradigmas tradicionais em educação, introduzir a
pluralidade, a heterogeneidade, a complexidade, a multi/ interdisciplinaridade
na pesquisa e intervenção em educação, implicando um novo reposicionamento
metodológico e epistemológico, nomeadamente, ao nível da educação e comunicação
intercultural.
A presente
comunicação através de uma perspectiva multidimensional e intercultural e de
investigações teóricas e empíricas, analisa os múltiplos factores que afectam
as representações e as práticas relativas à integração social e educacional das
famílias e crianças migrantes, destacando-se factores de risco e de
vulnerabilidade e factores promotores de inclusão, desenvolvimento e sucesso
educativo. São igualmente analisadas estratégias e políticas que promovem a
inclusão, a igualdade de oportunidades e o acesso à cidadania das crianças
migrantes e das suas famílias.
Palavras-Chaves:
Interculturalidade; Migração; Educação e Comunicação Intercultural; Políticas e
Estratégias; Cidadania.
4. Manuel de
Sá (1530-1596): Da Diáspora e Interculturalidade à Justiça e Cidadania
José
Coelho Matias (Universidade Portucalense, Porto, Portugal)
Resumo
Hoje, mais
que nunca, nos países marcados pelos fenómenos da globalização, diásporas e
migrações, sentem-se vários problemas, cuja resolução causam dificuldades aos
poderes políticos, sociais, educativos e religiosos. Geram-se problemas de
ordem familiar e social e criam-se antagonismos, não só entre a população
nacional e os imigrantes, mas também entre os múltiplos grupos das diferentes
etnias que vivem no mesmo espaço. Por outro lado, existem desequilíbrios na
distribuição da riqueza, da justiça e na igualdade de oportunidades
colocando-se em primeiro plano o neo-liberalismo e as questões económicas, em
detrimento da educação, dos valores e da pessoa humana, surgindo, desta forma,
a desconfiança e o desrespeito pelas próprias leis dos Estados e pelos
governantes e originando exclusão e conflitos.
Manuel de
Sá, português que estudou e ensinou em Portugal, Espanha e Itália, influenciou
profundamente o ensino da teologia, da ética e dos valores em todo o mundo,
entre o século XVI a XVIII, através da sua obra oral e escrita. A sua
experiência nas questões das injustiças sociais, contra judeus e mouros, fez
dele uma autoridade reconhecida na doutrina sobre as obrigações das autoridades
e sobre os direitos dos grupos minoritários. Devido a essa doutrina e à sua
própria condição de migrante e cidadão, poderá ser considerado um diásporo
português de quinhentos ao serviço das ciências da educação, um paladino da
justiça e da cidadania e um pioneiro da interculturalidade. São estas três
perspectivas que tentaremos esclarecer na exposição em epígrafe.
Palavras-chave:
Diáspora; Educação; Interculturalidade; Justiça; Cidadania
5.
Adolescentes Imigrantes Brasileiros no Contexto Escolar em Portugal:
Representações Sociais e Vivências Psicoafetivas em Contexto Intercultural
Maria da
Penha de Lima Coutinho (Universidade Federal da Paraíba, João
Pessoa, Brasil); Natália Ramos (Universidade Aberta, Lisboa, Portugal)
Resumo
O vivenciar
de situações estressoras, entre outras, derivadas do processo migratório e
intercultural, que na sua complexidade envolve momentos de desorganização nas
esferas afetivas e sociais, pode
favorecer a emersão da Síndrome da Depressão, distúrbio psicoafetivo que
pode afectar a integração e desenvolvimento dos adolescentes imigrantes. Os adolescentes migrantes além da crise vital
própria da fase de desenvolvimento, enfrentam outras crises, em particular a
incerteza quanto ao grupo de afiliação ou quanto ao significado da sua pertença
ao grupo (Phinney, 2004) e é nesse cenário que as instituições de ensino se
apresentam como elo de inclusão ou exclusão social. Este estudo objetivou
investigar os distúrbios psicoafetivos, em particular a depressão em
adolescentes migrantes brasileiros, inseridos no contexto educacional de
Portugal. A amostra foi constituída por 490 adolescentes, desses 82, eram migrantes
brasileiros, com idade entre os 12 e os 17 anos. Nessa investigação foram
utilizados os instrumentos: Inventário da Depressão Infantil (CDI) e a
Associação Livre de Palavras. O material coletado pelo CDI foi processado pelo
software SPSS (versão, 13) e os dados da Associação Livre de Palavras
processados pelo software Tri-deux-mots e analisados pela Análise Fatorial de
Correspondência. Os resultados do CDI apontaram um índice epidemiológico de
(22%). Também, através da análise das associações livres de palavras a
depressão foi ancorada nas esferas psicoafetiva e físico/orgânico e fez emergir
campos semânticos constituidos pelos elementos: problemas de relacionamento,
dificuldades de aprendizagem, comportamentos de isolamento e anti-sociais
(irritabilidade e agressão), ideias de suicido e morte. A tristeza e o
pessimismo emergem como elementos figurativos desencadeados pela carência
afetiva e pelo sentimento de rejeição. Espera-se que esses resultados venham
auxiliar na elucidação etiológica da depressão em adolescentes migrantes, assim
como, na compreensão da complexidade de factores intervenientes no
desenvolvimento, inclusão escolar e social e sucesso educativo dos jovens
originários de outras culturas em contexto intercultural.
Palavras
- Chaves: depressão, migração, adolescência; representações
sociais; inclusão social; sucesso educativo.
6. Educação e Indisciplina na Diversidade
Maria
Tabita Ferreira Almeida e Adelino Torres Antunes
(Universidade Portucalense, Porto, Portugal)
Resumo
O tema da (in)disciplina
tem cada vez mais relevo no actual panorama educacional e multicultural. Esta
comunicação pretende fazer uma abordagem desta temática no sentido de
perspectivar alguns dos problemas com os quais as famílias e as escolas da
periferia de Lisboa se debatem, neste momento, tendo em conta a sua crescente
diversidade populacional. Relacionam-se os conceitos de indisciplina,
autoridade e educação no contexto familiar e escolar. Para tanto, contrapõe-se
uma leitura de cunho institucional da indisciplina, com apresentação de alguns
exemplos e resultados de relatórios e inquéritos sobre o tema, às abordagens
clássicas da temática, demonstrando que, para a melhoria das inter-relações e
responsabilização de todos os parceiros, se torna fundamental a compreensão das
representações e dos múltiplos factores na origem da indisciplina e a
minimização dos problemas disciplinares de modo a uma maior harmonia,
comunicação e sucesso educacional. Para o efeito, considera-se o espaço escolar
um lugar privilegiado de educação, trabalho e socialização do jovem, nacional
ou migrante, visando a melhoria do seu relacionamento e comunicação com a
escola e o saber, com os outros e com a comunidade, enfim, um espaço promotor
de cidadania e de comunicação entre todos os parceiros educativos.
Palavras-chave: Educação;
Diversidade Cultural; Indisciplina; Família; Organização Escolar.
A nossa Mesa, no fim da Conferência
Referências
(Publicado
Domingo, Janeiro 20, 2008, por Blog do Jean Tamazato).
[2] Para contacto veja-se: eduarte.campussjoao@abreu.pt ou www.abreu.pt
[4] Para contacto veja-se: Tel. 55 (84
)3203-4800 – www.parquedacosteira.com.br)
[6] Hoje, porém (30.10.2012), data em que resolvi dar a
última redacção a esta crónica, existem outras fontes que nos fornecem alguns
dados diferentes, embora importantes e um pouco mais actualizados como, por
exemplo: de acordo com a estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, a sua população é de
803 739 habitantes, sendo o vigésimo
município mais populoso do país.
[7] Www.wilmadefaria.com.
[9] http://www.interhabit.com/mapa_america/map_america_437.html
e ainda em: http://www.visitnatalbrazil.com/pt/sua-viagem/info-geral/localizacao/
[11]
http://www.natal.rn.gov.br/semurb/mapas_fotos/Mapas/PDF/Mapas_tematicos_2007.pdf
[14] http://www.viagemdeferias.com/joaopessoa/
[15] Os Natalenses reclamam que essa curiosidade se situa
em Natal.
[16] Foto por cortesia de Filomena Vidal
[17] Os Resumos das Comunicações, redigidas em Português do
Brasil, deixámo-los no seu original.
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