MOÇAMBIQUE 2003 (VI)
ÍNDICE
CAPÍTULO UM: PREPARAÇÃO DA EXPEDIÇÃO DA MOSSÁFRICA
Moçambique com as suas
18 Províncias e Países Fronteiriços
Fonte: Fundo Nacional do Turismo (FUTUR)
·
Gerador,
·
Bomba
de água com a respectivo balão,
·
Peças
afins
Compra de 1 Gerador com Bomba e afins
No dia 18 de Março, o Adelino e eu fomos à Rua da
Boavista, Lisboa, para vermos geradores e bombas de água para levarmos para
Saua-Saua, a fim de termos luz e água nas duas primeiras casas recuperadas.
Percorremos quase todas as lojas da especialidade e outras, apreciando o
material e comparando preços, vantagens de uns e desvantagens de outros. Por
fim regressámos à primeira loja – RIPOMPE, LDA, Rua da Boavista, TEL. (21)
3463620 / FAX (21) 3463856, n.º de Contribuinte 500820392 –, que foi a que nos
pareceu oferecer melhores condições. Combinámos com os responsáveis a fim de
escolher um dia para nos fazerem uma demonstração, tanto com o gerador, como
com a bomba, ficando assente que seriam eles a comunicar-nos, por telefone, o
dia dessa demonstração.
Passados dois
dias, isto é, no dia 20, voltámos ao local para a dita demonstração. Ambos os
engenhos trabalhavam. A partir do momento em que pareciam estar em boas
condições e após algumas instruções relativas à instalação e funcionamento de
ambos, adquirimos:
- 1 Um Gerador Honda 3 kva 220v por 538.000 (IVA 19% = 104.97 E),
- 1 Uma Bomba Electr. Aspir. Jet 80 C M por 94.050 (IVA 12% = 11.29 E),
- 1 Válvula de Retenção, Tipo York 1 por 6.000 (IVA 19% = 0),
- 2 Velas GH 170 por 4,230 (IVA 19% = 0).
Despesas e custódia do material
O custo de
ambas as máquinas foi de 762,77 Euros, equivalente a 152.921,70 Escudos
portugueses.
As despesas
foram saldadas por cheque n.º 3424581607, da Caixa Geral de Depósitos, sob a
Conta n.º 000 116190230 de José Coelho Matias, que assim adianta esta quantia à
Mossáfrica para esse efeito.
Todo o material
foi guardado em casa do associado José Coelho Matias e será, de novo, posto à
prova num poço, possivelmente na propriedade dos pais do Adelino Antunes, no
Pinhal Novo. Só depois desta prova, será devidamente embalado para seguir para
Maputo, nas férias da Páscoa, ou noutra altura que se mostre mais propícia.
Assembleia-geral
Neste dia
procedeu-se a mais uma Assembleia-geral da Mossáfrica (ONGD) que teve lugar em
casa de José Coelho Matias com a seguinte agenda:
- Ponto Um: Informações,
- Ponto dois: Admissão de Novos sócios,
- Ponto três: Outros assuntos
Na falta de
todos os membros da Mesa da Assembleia, foi eleita, por unanimidade, para
presidente da mesma a Dra. Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida e
para Secretário Emídio Marques. Faltaram à reunião: Eng. João Palmeiro,
presidente da Assembleia cessante, do qual recebemos uma carta apresentando a
sua demissão da Associação, o Prof. Manuel Matias, Secretário, que alegou, dias
depois, ter trocado o dia; e o Eng. Alfredo Raposo, Vogal da Mesa, que, na
última reunião declarara verbalmente ser sua intenção escrever uma carta de
despedida, mas que, até à data desta reunião, não chegou à sede e Maria do
Carmo Saraiva Amaral da Encarnação, presidente do Conselho Fiscal, que se fez
representar por Adelino Torres Antunes.
Dando
seguimento à Reunião, uma hora depois da hora marcada pela convocatória, a
presidente da Mesa começou por introduzir o Relatório das Actividades do ano
2001-2002 que, foi lido e comentado pelo vice-presidente cessante, Adelino
Torres Antunes, que, depois de aprovado, se procedeu à aceitação da demissão
pedida do Eng. João Palmeiro e à admissão dos quatro novos sócios: Eng. António
Coelho Matias, proposto por José Coelho Matias; Marieta da Palma Miguel,
proposta por Maria Tabita F.S.R. de Almeida; Eng. Boaventura Bento Coelho e sua
mulher, Emília Coelho Ferreira, propostos por Adelino Torres Antunes.
Novos Corpos Sociais
Já no uso do
direito ao voto e a ser eleitos, os novos membros presentes tomaram parte na
votação para os Novos corpos
sociais para o biénio 2003-2005. Feita esta ficou assim constituída a:
Mesa da Assembleia-geral:
Presidente: Fernando Curado Matos;
Secretário: Manuel Matias;
Vogal: António Coelho Matias;
Direcção:
Presidente: Adelino Torres
Antunes,
Vice-presidente: José Coelho Matias,
Tesoureiro/Secretário: Emídio José dos Reis Marques e
Conselho Fiscal:
Maria do Carmo
Saraiva Amaral da Encarnação,
Marieta da Palma Miguel.
Depois desta
eleição, no ponto “outros Assuntos”
esclareceu-se a situação do dinheiro que tem vindo a ser adiantado à Mossáfrica
por alguns dos seus membros. Assim, ficou aprovado que todo o dinheiro que seja
adiantado por qualquer membro terá de ser registado
em conta separada, sendo claramente mencionados o montante e o nome de quem
o adiantou para que, em data propícia, possa ser reembolsado. O mesmo deverá
ser posto em prática quanto ao dinheiro já enviado por Maria Tabita e Adelino
Antunes em nome deles os dois, assim como em nome de José Coelho Matias, Emídio
e Clementina Marques e Maria do Carmo), através dos correios e bancos, e
enviado para Sr. Amarchande, com a finalidade de pagar aos trabalhadores e comprar
materiais para a reconstrução de algumas casas de Saua-Saua.
Esta resolução
consta na Acta nº um de dois mil e três de 21 de Março, que, na página14 diz o
seguinte:
“O sócio Fernando Curado Matos manifestou que
deveria ficar expresso em termos de contabilidade da Associação todos e
quaisquer dinheiros dos sócios que, recorrendo a fundos próprios, efectuaram
adiantadamente para assuntos relacionados com a Associação devendo os mesmos
ficar documentados devidamente para que no futuro e no caso de haver fundos por
parte da Associação, poderem os mesmos ser ressarcidos, devendo para tal tais
movimentos ficar devidamente registados em contabilidade da Associação numa
rubrica denominada de empréstimos dos sócios, assim como todo o dinheiro das
quotas por saldar devesse figurar numa rubrica intitulada de quotas não
cobradas”.
·
Reunião
com Membros da AEDES,
·
Prazos
à AEDES, para finalizar o Estudo de Viabilidade
Reunião com a AEDES/ISCSP e ausência da Dra. Sónia
Hoje tivemos mais
uma Reunião com a AEDES,
representada pelo Dr. Salazar de Campos e pelo Engenheiro Calado Lopes, no
intuito de avançarmos com o projecto de Viabilidade económica. A Dr.ª Sónia,
por volta das 15:45h, por telefone, pede para a desculparmos por não poder
estar presente, devido à doença do seu pai, desculpa que se tem repetido e tem
sido desculpada sempre pelo próprio patrão, com a explicação de que ela está a
fazer-nos um favor!
Começámos a
reunião por volta das 16 horas. O Eng. Calado Lopes apresentou e explicou os
esboços que fez de:
·
Hangar e Anexos para guardar
material, constando de Armazém de adubos;
·
Armazém de combustíveis,
lubrificantes e acessórios;
·
Armazém para fito fármacos:
sementes e equipamentos de aplicação.
Este projecto foi aceite como sendo construído de raiz,
idealizado alicerçado sobre a adaptação de instalações pré-existentes.
Prazos estabelecidos para o estudo de Viabilidade
Desde esta
data, até ao dia 21 de Julho (data da entrega do Estudo de Viabilidade
Económica, e Financeira muita tinta correu) muitas reuniões se fizeram com a
AEDES, mas sem resultados visíveis e práticos. O projecto foi introduzido no
IPAD, mas sem o devido feed back,
pois, conforme foi enviado, pareceu-nos a nós, não poder ter grande aceitação.
De facto faltava-lhe esse “Estudo” que nunca foi feito pela Dra. Sónia, a
economista contratada pela AEDES/ISCSP, com grandes prejuízos para a nossa
Associação, pois tudo se foi arrastando e os números, antes tidos por
razoáveis, foram perdendo a sua actualidade.
Em determinada
altura, e já no tempo da nova gerência, a Direcção comunicou a vários sócios,
entre os quais Fernando Matos, António Matias e Pedro Loforte, a decisão de
estabelecer Prazos à AEDES
para terminar o Projecto. Recebidos os ecos desses sócios deveremos reunir com
o Dr. Salazar de Campos e Eng. Calado Lopes aos
quais exporemos a nossa preocupação, e lhe comunicaremos, oralmente e por
escrito, um prazo para a finalização do Estudo pretendido.
“Assunto: Projecto Saua-Saua.
Para efeitos de apreciação e possível
co-financiamento pelo IPAD, junto enviamos o Projecto de Saua-Saua promovido
pela Associação Mossáfrica-Formação e Desenvolvimento, registada no ICP com o
número 8060, de 4 de Dezembro de 2001.
Refere-se, a propósito, que o Estudo de viabilidade
económica e financeira do projecto se encontra em fase de conclusão, o qual
será oportunamente entregue nessa instituição.
A Mossáfrica encontra-se à disposição do
IPAD para qualquer esclarecimento que venham a considerar conveniente.
Com os melhores cumprimentos.
O Presidente Adelino Antunes.”
Como se vê o Projecto entrou coxo e não poderia caminhar airosamente.
·
Documento,
exigindo o Estudo de Viabilidade
·
Tomada
de Conhecimento do Dr. Salazar de Campos
·
Comunicação
da decisão à Dra. Sónia
Documento, exigindo o Estudo de Viabilidade
Depois
da direcção da Mossáfrica ter realizado uma reunião, no dia 4 de Junho, foi
decidido entregar à AEDES um documento para lhe comunicar a nossa decisão relativamente
ao termo do Estudo de viabilidade. Eis o texto do documento:
“Exmos. Senhores
Na reunião da Mossáfrica, em 4 de Junho de
2003 e depois de ter sido analisado o estado de desenvolvimento do Projectos
Saua-Saua,
Considerou-se que:
1. O Projecto Saua-Saua se encontra
há mais de três anos em fase de gestação, da qual apenas resultaram elementos
dispersos,
2. Alguns desses elementos foram
elaborados pela Mossáfrica,
3. O Estudo de Viabilidade Económica
do Projecto continua a não se encontrar ultimado, sendo os dados mais recentes,
meros mapas de exploração avícola,
4. Dos elementos apresentados como
peças destinados à elaboração do Estudo de Viabilidade Económica, não constam
quaisquer estudos referentes à exploração hoteleira (um dos pilares da
estruturação do Projecto – vertente turística – e seu sustentáculo),
5. Em Julho próximo processar-se-á a
terceira deslocação auto-financiada de responsáveis da Mossáfrica a Moçambique
(pelo que se receia que não haja elementos concretos para serem apresentados
junto de entidades responsáveis locais),
6. Os sucessivos adiamentos do
projecto têm prejudicado seriamente a persecução dos objectivos definidos
neste.
A direcção da Mossáfrica decidiu que:
a)
O
Projecto deverá estar ultimado e entregue até ao dia 15 de Junho de 2003
(versão para análise e estudo),
b)
Da
referida data, e até ao dia 15 de Julho, deverá processar-se a análise conjunta
do Projecto e, nesta data, deverá estar concluída e entregue a versão
definitiva do mesmo
A não se verificarem estas condições, a
Mossáfrica reserva-se o direito de procurar outra organização para a conclusão
do projecto, denunciando o contrato que celebrou com a AEDES,
O Presidente, Adelino Torres Antunes”.
Tomada de Conhecimento do Dr. Salazar de Campos
Este
documento foi apresentado e lido, na reunião que tivemos com os elementos da
AEDES, no dia cinco de Junho de 2003, tendo o Dr. Salazar de Campos escrito
pelo seu próprio punho as seguintes palavras: “Tomei conhecimento. LX,
05.06.2003. José Salazar de Campos”
Comunicação à Dra. Sónia
O Dr.
Salazar Campos disse que logo iria comunicar a nossa decisão à Dra. Sónia, a
qual se encontrava em São Tomé e Príncipe. Antes de partir para este país ela
garantiu-nos terminar o trabalho num curto espaço de tempo, visto, disse, estar
quase tudo pronto.
Passados
alguns dias, esta impelida pelas circunstâncias e instada pelo Dr. Salazar
Campos, enviou um acervo de documentação desconexa e sem alguma utilidade
prática.
11 DE JUNHO DE 2003: COMUNICAÇÃO AOS SÓCIOS DO
ULTIMATO, DADO À AEDES
Assinado
e enviado pela presidente Maria Tabita Almeida, seguiu para os sócios António
Matias, Emídio Marques, Confortrans, Fernando Matos, Pedro Loforte, a seguinte
mensagem:
“Caros amigos, Como sabem a
Mossáfrica tem um contrato celebrado com a AEDES no sentido de eles elaborarem
o projecto de Saua-Saua e o seu estudo de viabilidade económica. A economicista
encarregada desse estudo deslocou-se para S. Tomé e Príncipe, sem ter terminado
esse estudo até à data que lhe foi estabelecida por nós. Assim, a partir do dia
15/06/2003 a Mossáfrica reserva-se o direito de terminar esse contrato.
Entretanto fomos contactados pela empresa
AEDES, a que a Dra. pertence, no sentido de propor outro economista para acabar
o dito trabalho.
Perante esta situação pensamos reatar as
negociações, embora com algumas alterações, a saber:
1. Entrega do projecto até
06/07/2003;
2. Acompanhamento e esclarecimento
do projecto à Mossáfrica de 07/07/2003 a 20/o7/2003;
3. A alteração no projecto actual da
situação dos frangos, substituindo-os por culturas biológicas – ananás/abacaxi,
maracujá e goiabas, etc;
4. Renegociação do contrato actual”.
Eng. António Matias responde desta
forma:
“Considerando que a conclusão do projecto já
se arrasta há bastante tempo, deveremos acompanhar/controlar a execução do
mesmo, pois não venha a acontecer de novo que chegue a data limite e o trabalho
continue por concluir.
Assim dever-se-á propor/exigir a
apresentação de uma calendarização semanal do trabalho, sendo de imediato
cancelado, caso se verifique qualquer deslize no cronograma previsto.
Na renegociação deveremos garantir
penalizações em caso de incumprimento.
Quanto à alteração relativa aos frangos,
penso que será uma boa solução. Cumprimentos. António Matias”
03 DE JULHO DE 2003 (6ª FEIRA) (CONTROLO SANITÁRIO E
PREPARAÇÃO DA VIAGEM A
MOÇAMBIQUE)
·
Consulta
médica no CISCOS (Centro de Investigação em Saúde Comunitária),
·
Cuidados
a ter,
·
Tomada
dos Medicamentos recomendados
Trata-se de um Departamento de
Saúde Pública, instalado na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova
de Lisboa, sita na Praça Mártires da Pátria.
Consulta médica
Aqui nos
dirigimos (Tabita Almeida, Adelino Torres, António e José Matias) para uma
Consulta médica. Recebidos (António e José) pelo médico João Luís Baptista,
especialista em medicina tropical, cujo contacto é o seguinte 218 803 009,
assistimos a uma longa e útil prelecção sobre os cuidados a ter em terras
africanas, nomeadamente em Moçambique.
Cuidados e Precaução
- A alimentação deve ser sempre bem cozida; saladas sempre bem lavadas com uma gota de lixívia; fruta descascada por nós próprios e nunca quente nem em demasia;
- As bebidas devem ser engarrafadas, e tomadas sem gelo, porque este não se sabe de que água terá sido feito;
- Devido ao ambiente que nos rodeia devemo-nos proteger contra os mosquitos e moscas, utilizando insecticidas próprios, como: Dum-Dum para os quartos e salas, algum tempo antes de neles entrarmos, repelentes – AUTAN, PREBUTIX, TABARD ou outro que contenha DEET com os quais devemos besuntar as partes do corpo, expostas ao ar;
- Quanto aos medicamentos uns tornam-se obrigatórios, como aqueles que são de combate ao paludismo.
- Toma-se um comprimido de MEPHAQUIN todas as semanas, começando na semana anterior à partida e terminando quatro semanas depois do regresso.
- Este comprimido deverá ser tomado sempre no mesmo dia, isto é, de sete em sete dias, e de preferência à noite, porque pode causar algumas náuseas ou tonturas;
- outros serão aconselhados como a vacinas contra a Febre-amarela e antitetânica.
Toma dos comprimidos
- Para quem parte no dia 22 de Julho e regressa a 23 de Agosto deverá tomar o comprimido nos dias:
·
15, 22 e 29 de Julho;
·
05, 12, 19, 26 de Agosto;
·
03, 10 e 17 de Setembro;
- 2. Para quem parte no dia 22 de Julho e regressa no dia 08 de Agosto (o Tó) deverá tomá-lo nos dias:
·
15, 22, 29 de Julho;
·
05, 12, 19, 26 de Agosto e 02 de Setembro.
- Partindo no dia 23 de Julho e regressando no dia 8 de Setembro, deverá tomar:
·
Antes da partida: no dia 16 de Julho;
·
Durante a estadia: nos dias 23,30
de Julho; 6, 13,20,27 de Agosto e 4, de Set.,
·
Após o regresso, nos dias 11,18,
25, de Setembro e 2 de Outubro.
- Quem partir no mesmo dia e regressar no dia 15 de Agosto, começará no mesmo dia e continuará a tomá-los até ao dia 11 de Setembro inclusive.
Dever-se-á, portanto,
providenciar pela compra de 13
comprimidos
Como agir em casos especiais de diarreia, malária e outras infecções
Diarreia ligeira: utilizar IMODIUM: 2 comprimidos e outro após cada dejecção num máximo até 8
comprimidos por dia;
Diarreia grave: utilizar NIXIN 500, tomando 2 comprimidos de
123/12 horas, durante 5 dias e se não passar, até acabar a caixa;
Diarreias agudas e crónicas: utilizar DIMICINA,
tomando (adultos) 1 a 3 comprimidos de 6/6 horas ou de 8/8 horas dependendo das
situações; (crianças 1 comprimido de 6/6 horas. Se necessário dissolver os
comprimidos e administrar juntamente com a comida.
Malária: contra esta febre deve-se
utilizar HALFAN, tomando 2 comprimidos de 6 em 6 horas, em três tomas;
Infecções causadas por germes sensíveis às
tetraciclinas (respiratórias, genito-urinárias, oftalmológicas): utilizar ACTICIDOX
100, tomando 1 comprimido por dia nos primeiros 10/15 dias e depois
alternados (ver modo de tomar nas instruções); CLAVAMOX 500, tomando 1 a
2 comprimido de 8/8 horas ou CLAVAMOX DT,
tomando 1 comprimido de 12/12 horas;
Dores fortes: utilizar JABASULIDE,
tomando 1 comprimido de 12 em 12 horas, mas com o estômago cheio (SOS);
Controlo da febre: ingerir BEN-U-RON,
tomando 2 comprimidos de 8 em 8 horas (SOS);
Os prazos eram
para ser cumpridos, caso contrário o projecto seria retirado a esta associação.
Obrigados pelas circunstâncias, recorreram aos préstimos do economista, Dr.
Jaime Duarte que se comprometeu a rever o acervo da documentação coligida e a
apresentar o primeiro esboço do Estudo de Viabilidade até à data da nossa
partida para Moçambique
Da parte da
AEDES assistiu apenas a esta reunião o Eng. Calado Lopes, e da nossa parte
estiveram presentes Adelino Antunes, Maria Tabita Almeida; Manuel Matias,
Emídio Marque e eu própria. A falta do Dr. Salazar de Campos não foi
justificada, pelo menos, quanto eu me recordo. Talvez fosse por doença.
O Dr. Jaime
Duarte apresentou-nos o que já atinha feito e nós fizemos os devidos
aditamentos.
Terminados todos os nossos aditamentos, pareceu-nos que o
Estudo estaria em condições de ser apresentado, necessitando, evidentemente, de
devidos acertos, no futuro, à medida que fosse estudado pelas entidades
financiadoras, como nos foi dito pelo próprio economista. Foi-lhe dado o aval
para o terminar, sendo-nos garantido que, no dia 21 de Julho, Segunda-feira,
poderíamos ir recebê-lo das mãos do Eng. Calado Lopes, fotocopiado em vários
fascículos.
Assim
aconteceu. Nesse dia, por volta das doze horas, lá foram o Adelino e a Tabita
receber os exemplares prometidos, sendo ainda rectificados pela nossa equipa
alguns pequenos deslizes, antes de serem levados para Maputo e Nampula, por mim
e por meu irmão, Eng. António Coelho Matias que deveríamos partir dia 23 de
Julho de 2003.
Assim o dia 21
de Julho de 2003 foi considerado o “Dia memorável de 21 de Julho”. O que
acontecerá, ainda, ao Projecto até ser implementado no terreno? Estamos para
ver!
CAPÍTULO DOIS: A MOSSÁFRICA EM MOÇAMBIQUE
·
Partida
·
Entrega
do Estudo de Viabilidade ao Eng. Loforte,
·
Visita
de cortesia ao Sr. Raul Amarchande
Partida
Após os
preparativos e acompanhados pelos associados supra mencionados, dirigimo-nos ao
Aeroporto da Portela para demandarmos o Mossuril, via Maputo, Pemba e Nampula.
Embora o voo TAP 1281 estivesse marcado inicialmente para as 18:30 horas e
mudado para as 19:30h, o avião só descolou por volta das 20:30 horas. No
entanto, apesar de todos os contratempos, tanto a descolagem como a viagem e
aterragem no aeroporto internacional de Maputo, às 07:00h da manhã locais,
decorreram dentro da normalidade.
Uma vez ali
chegados, procedemos às formalidades legais, sendo enganados por um magarefe
que, por artimanhas, nos encaminhou para fora da fila normal que daria para a
alfândega, dizendo-nos que tinha sido o chefe que o indicara, mas ao qual
deveríamos dar uma boa gorjeta. Procurando nos bolsos uma nota, pego numa de 20
euros e faço nova tentativa para encontrar uma de dez. Mas, eis que o sujeito
me ripa da mão a de vinte e se põe na alheta! Pouco tempo depois reaparece,
dizendo que já tinha dado a dita nota ao chefe e que agora vinha buscar outra
para si próprio! Aborrecido com o sucedido, dirijo-me a ele e reenvio-o pelo
mesmo caminho dizendo-lhe que, se fosse agora, nem aquela tinha levado, pois na
bagagem não tinha nada de ilegal. Com tudo isto, e com o tempo que demorámos a
reaver a bagagem, chegaram às 08:30 horas!
Entrega do Estudo de Viabilidade ao Engenheiro Pedro Loforte
Verificando que
o Engenheiro Pedro Loforte (a quem tínhamos de entregar algumas Cópias do
Estudo de Viabilidade Económica do Projecto Saua-Saua), não aparecia,
telefonei-lhe. Ficou admirado e incomodado por ver que já nos encontrávamos em
Maputo, quando, segundo os seus cálculos baseados nas informações recebidas de
Lisboa, estaríamos ainda em Portugal. Pediu desculpa e garantiu-me que, dentro
de vinte minutos estaria junto de nós, o que aconteceu, de facto.
Entregámos-lhe quatro exemplares do Estudo de Viabilidade Económica e ficou
connosco até fazermos o check in,
arrancando para Nampula, às dez horas e meia.
Os céus,
cruzados pelo avião da LAM, pareciam campos imensos cobertos de neve, tal era a
brancura das nuvens que pareciam mesmo irmãs das zonas alvas das serras e
planuras dos países nórdicos europeus. Esta imagem que nos encantou até Pemba,
foi-se enriquecendo com o descortinar de campos serpenteados pelos rios e de
recortes ou rendas formadas pelas pequenas machambas
e altos morros de formas exóticas e curiosas, nas proximidades da Província e Cidade
de Nampula.
Ao chegarmos e
ao desembarcarmos nesta última cidade, por volta das sete horas locais, demos
com a figura emblemática do Sr. Figueiredo (telefone particular:
00258-2695142), mas, desta vez, com algo de invulgar – a sua pêra branca – que
me deixou, deveras admirado! Um Senhor dos seus setenta e oito anos que, depois
de vários netos juntou ao rol da sua descendência, mais um filho na idade
provecta de setenta e três! E ainda se queixa da falta de forças! Quem
acreditará nas suas lamúrias?! Mas ali temos um homem sempre ao dispor e sempre
sorridente.
Visita de Cortesia ao Sr. Raul Amarchande
O Sr.
Figueiredo trazia consigo o seu ajudante de campo e mais um rapaz que
carregaram com a bagagem para a viatura do Sr. Armando, empregado da Firma JFS.
Daqui levaram-nos para essa Firma. Aqui chegados fomos fazer uma Visita de cortesia ao Sr. Raúl
Amarchande, um dos Administradores dessa Firma que nos recebeu
amavelmente.
Falei-lhe no
Título de Propriedade de Saua-Saua de modo a ser actualizado e constar nele um
único proprietário actual que é a Dra. Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo
de Almeida, visto que no actual constavam os nomes de ambos os herdeiros da
falecida Da. Maria Tabita Domingues Ferreira dos Santos. Esta passagem par um
único nome ( o de Maria Tabita Almeida) devia-se ao facto de um dos herdeiros
(Raul Almeida) ter renunciado da sua parte a favor da sua irmã, apesar desta
lhe ter perguntado, várias vezes, se ele estava interessado em participar,
tanto na herança, como nas despesas a serem feitas desde o início até ao fim
das diligências desenvolvidas para que essa plantação fosse reavida.
Foi-nos dada a
chave do apartamento número 10 do grande edifício, onde encontrámos a empregada
a arrumar tudo. Ali nos instalámos.
Como precisávamos de converter euros em meticais,
procurámos, com a ajuda do Sr. Figueiredo, um cambista que fizesse melhor
câmbio. Depois de três portas a que batemos encontrámos quem nos desse 26.500,
00 Mts por um euro. Trocámos, então, 350 €, sendo 150 (4.028.000,Mts) do
António e 200 (5.300.000,00Mts) meus que deverão chegar até ao fim do mês tanto
para comer como para transportes, gorjetas, e algum material que seja
necessário comprar para a Plantação. Mas, também, aqui e neste campo, fomos
enganados! Mas os Bancos estavam fechados!
Após um banho
fresco, saímos para procurar um restaurante onde pudéssemos almoçar e jantar.
Duas refeições compactadas, pois o almoço tinha ficado na panela à espera de
engordar quem mais necessidade tivesse dele! Como a noite já tinha caído e eram
apenas 18 horas, demos várias voltas para, finalmente, com a ajuda de alguns
populares e polícias, irmos dar ao Restaurante do Sporting Clube. Por dois
bifes, com ovo a cavalo, duas cervejas e duas rodelas de pão pagámos 310.000
meticais, o que equivale a 11,70€.
Partida de Lisboa de novo grupo
Neste mesmo
dia, à tarde, partiam de Lisboa para Nampula, via Joanesburgo e Maputo Maria
Tabita, Adelino Torres e Jorge Rodrigues. O objectivo destes foi o de
adquirirem, nessa cidade sul-africana, uma viatura com a qual seguiriam caminho
para o Mossuril, via Maputo (onde contactariam o Eng. Pedro Loforte e o Dr.
Rafique Jusob), Beira, Nampula. O tempo que iriam demorar era incerto, pois que
nem sabiam, ao certo, que carro, em que condições e em que dia o iriam comprar.
Desconheciam igualmente o tempo que iriam demorar a perfazer a distância que
vai dessa cidade da negociata até ao lugar do destino final. Teremos
oportunidade de o esclarecermos aquando da sua chegada às Chocas-Mar.
·
Compras,
·
Visita
de cortesia ao Eng. Raposo,
·
Conselhos
sobre o local (País) onde comprar o material para a rede eléctrica,
·
Saída
para as Chocas-Mar.
Depois de cerca
de 10 horas de repouso, levantámo-nos, cerca das 06:30 horas, para tomarmos o
pequeno-almoço, no café que se encontra defronte à Câmara Municipal, na Avenida
Eduardo Mondlane. Por um café, um sumo de pêssego de 200 ml e duas torradas
simples, pagámos 130.000 meticais.
Compras
Cerca das 08:00
horas regressámos ao edifício JFS, onde já nos esperavam o Sr. Figueiredo e o
seu ajudante, Sr. Armando, que vinham acompanhados do condutor e de um moço de
recados que nos deveriam acompanhar nas voltas que teríamos de dar para fazer
as compras para a nossa sobrevivência em Saua-Saua e nas Chocas-Mar.
Percorremos lojas, supermercados, mercado municipal, mercados da rua, mercados
mesmo à beira da estrada. O montante investido, incluindo as duas refeições e
as gorjetas perfez os cinco milhões, setecentos e 31 mil (5.731.000,00)
Meticais, aos quais se devem juntar 40 euros dos quais já falámos, aquando das
peripécias da Alfandega. Um total, portanto, de 256,26 euros
Visita ao Eng. Raposo e a sua opinião sobre material eléctrico
Às 10:00 horas,
fomos visitar o Sr. Engenheiro Raposo, estando presente também o Sr.
Amarchande. (telefone da residência: 212554, celular: 082-454672 e do
Escritório: 213345). Ali estivemos em conversa amena durante uma meia hora,
vindo à baila o assunto do material eléctrico para a extensão que deveria levar
electricidade para a Plantação de Saua-Saua. Acerca desta questão, ele foi de
opinião que:
1.
Todo o material deveria ser adquirido na
África do Sul por ser melhor e mais barato,
2.
Poderia ser adquirido com a intervenção
da Firma, para o que a Dra. Tabita deveria falar com a sua prima, Dra. Fátima
3.
O transformador não deveria ficar logo à
entrada da propriedade, como estava programado, mas sim ao centro do complexo
da plantação para melhor ser feita a distribuição e pagar menos de taxas, visto
que só se deveria pedir inicialmente a potência necessária para o complexo,
4.
A serventia da povoação deveria ser feita
mais tarde começando a pagar as taxas do acréscimo de potência a partir de
então,
5.
Aqui, só deveriam ser comprados os postes
que, aliás vêm da Zâmbia.
Relacionado com o nosso projecto, ofereceu-nos dois
exemplares do número 5 da Revista “Xplore-
Experience the Mitsubishi Way” - Official
Magazine for Mitsubishi Offroad Xplorers Club-, em cujas páginas 34-40 se
encontram exemplos do que nós poderemos organizar em Saua-Saua: “off-road driving”, “Activities for adrenalin junkies”, na montanha, à beira e no alto
mar.
Saída para as Chocas-Mar e distâncias
Após a visita
regressámos ao Edifício JFS para carregarmos as malas e o resto das compras,
procedendo, então, à saída para as Chocas-Mar, às 10.25 horas, onde chegámos
por volta das 13.00 horas, depois de fazermos 205 km, sendo:
142 kmAté ao Monapo,
26 km Daqui a Naguema e
34 km Desta às Chocas-Mar.
No caminho para
esta última localidade encontrámo-nos com o Sr. Adamo, motorista já nosso
conhecido, com o qual combinámos a nossa ida à Plantação de Saua-Saua, às 06.00
horas do dia seguinte.
Ao chegarmos às
Chocas demos com os portões fechados. Apitámos, várias vezes. Finalmente
aparece o Abdalah, que olha para o carro com olhos bem arregalados para ver
quem não acreditava ver. Daí a momentos aparece o Raimundo que, também ele, não
quer acreditar no que vê perante si, perguntando:
- “ Os patrões já chegaram? Então não era dia
28? Só os esperávamos dia 28. Como aconteceu isto?
- O Senhor
chega como o ladrão, sem ser esperado, respondi-lhe eu!”
Depois das
acostumadas apresentações, pedi ao Raimundo para comprar e confeccionar uma
refeição rápida para nós e para os empregados, especialmente para o condutor
que deveria regressar a Nampula. Dei-lhe dinheiro para as compras e, em pouco
tempo, houve almoço para toda a gente. Carapau grelhado com batata cozida e
azeite português.
De seguida
demos uma volta pelos locais que em tempos idos serviam de postos acertados para telefonar[1], mas não conseguimos
ligação para o Adelino. Para a cidade da Guarda foi possível o contacto, mas
para a África do Sul as coisas tornaram-se impossíveis.
À tardinha,
pusemos a contabilidade em dia, em Excel, no qual o meu irmão António é exímio,
após o que, ele organizou o programa para introduzir os dados que no dia
seguinte tencionávamos recolher na Plantação e eu escrevi o meu diário até ao
presente.
·
Primeiros
contacto e Situação insólita dos Guardas da Plantação
·
Ronda
de reconhecimento
·
Descrição
geral do complexo,
·
Levantamento
da fábrica e armazéns do algodão
·
Desenho
dos armazéns do algodão
Primeiros contactos e situação insólitas dos Guardas da Plantação
A alvorada foi
às 05.30 horas para estarmos prontos às 06.000 horas como estava combinado com
o condutor do “Chapa 100”. Mas, em
vez dessa hora, apareceu apenas uma hora depois. Ao chegarmos à plantação
notámos algo de insólito, sem descortinarmos bem as causas que estariam por
detrás de tal atitude. Se, por um lado, havia progressos na jardinagem,
pereceu-nos, por outro, faltar a presença dos guardas que costumavam aparecer,
logo que viam chegar um carro. Até a própria presença do João foi notada com
uma certa surpresa e retraimento! Mas nada me passou pela cabeça que se
parecesse com o que, de facto, tinha acontecido.
Fonte de Água Boa
Todos eles
tinham sido “despedidos” ou “indemnizados”, no dizer do João, pela
Firma JFS, a partir de Abril deste mesmo ano. Este mesmo foi “indemnizado”, sendo-lhe dito para
abandonar a plantação, uma vez que a nova patroa os dispensava!
O que aconteceu
foi o seguinte: em determinado momento a administração da Muchelia, de quem
dependiam os guardas da Plantação de Saua-Saua, quis livrar-se dos empregados e
trabalhadores eventuais que tinha nesta plantação e despediu-os pura e
simplesmente sem ter em conta os interesses da verdadeira proprietária, Dr.ª
Tabita Almeida.
Se o João
tivesse abandonado a plantação como lhe fora sugerido e como tinham feito todos
os outros, a plantação teria ficado a saque (como aliás ficou, em parte, como
nós tivemos ocasião de verificar ao chegar, pois vimos quatro polícias a
obrigar um pobre desgraçado a carregar, de volta, um barrote para o recolocar
no lugar donde o tinha tirado)! O João, porém, não arredou pé e manteve-se no
seu posto, sentindo, como é evidente, dificuldade em manter a ordem.
Nascente principal
Fotos de Eng. António
Matias
Quando nós
chegámos e vimos a cena da polícia perguntámos o que se passava e foi então que
soubemos do que se tinha passado. O João começa por se queixar da saída dos
outros guardas, do seu próprio despedimento e da situação actual da plantação.
O mal estava em todos eles pensarem que a Dra. Tabita estava ao corrente das
coisas, o que nem por sombras a esta tal lhe passara pela cabeça. E o pior
ainda é que o pobre do rapaz não tinha recebido vencimento ou subsídio algum a
partir de Abril. Perante tal situação assegurei-lhe que a Dra. nada sabia e
que, ao chegar, resolveria o que podia ser resolvido. Sentiu-se aliviado, pois,
para ele, a patroa é a Dra. Tabita e mais ninguém.
Reservatório
Foto António Matias
Ronda de reconhecimento
Depois de
esclarecido este imbróglio, o Eng. António Matias quis dar uma volta pelas
nascentes da água que muito apreciou, notando eu, no entanto, a diminuição do
caudal destas quando comparado com o do ano passado. Mas, mesmo assim
diminuídos, ainda havia muita água.
Arco
de entrada para o aldeamento
Foto de Eng. António
Matias
Relativamente
aos melhoramentos notámos que da parte do pedreiro e carpinteiro a casa grande
estava praticamente pronta, por fora faltando-lhe alguns acabamentos que só o
espírito exigente e responsável de um engenheiro, não deixariam passar em
branco. A segunda casa está muito avançada e se não está mais, isso ficou a
dever-se ao imbróglio de que falámos e à falta de material. A mina e as
escadinhas que a ela conduzem estavam reparadas. O arco da entrada esta pronto,
faltando-lhe apenas a pintura. A parte circundante da casa grande está todo
ajardinado e existe já um plantio de maracujás, papeiras, coqueiros e flores
considerável.
Descrição geral do complexo e levantamento de alguns Edifícios
De seguida
começamos o levantamento dos edifícios existentes, sendo levado a cabo a
medição pormenorizada da Fábrica e dos armazéns do Algodão e a correcção da
pequena ETAR da Casa Grande, para o que teremos de comprar mais cimento, ferro,
um tubo e uma ou duas curvas em PVC.
Viu-se a necessidade de comprar cimento, cal hidráulica e
ferro para continuarem as obras de reconstrução das moradias, pois já há muito
tempo que os pedreiros trabalham como jardineiros porque não têm material da
sua profissão. Combinámos com o Sr. Adamo para ir connosco a Nacala, na
segunda-feira próxima, para resolvermos esse problema.
Desenho do Armazém do algodão
Regressámos às
Chocas, por volta das 16.00 horas, indo experimentar as águas do mar com um
mergulho rápido, após o que continuámos o trabalho desenvolvido na parte da
manhã: introduzir no computador os dados recolhidos. O António Matias a
desenhar, com as medidas tiradas, os edifícios correspondentes aos armazéns do
algodão (1 edifício, dividido em 3); e eu a descrever o que se tinha passado.
Armazém
do Algodão (Lateral direito)
Foto de Eng. António
Matias
O frete de Chocas-Mar
à Plantação de Saua-Saua e desta ao ponto de partida custou 50.000,00Mts,
ficando combinado que o frete a Nacala, na segunda-feira, custaria
1.200.000,00Mts, o equivalente a 45,28 euros, ou seja 9.056$00 que serão
acrescidos dos custos de 20 sacos de cimento, três curvas de 100 de PVC, 6
metros de tubo igual e de 18 vergas de ferro de 6mm de espessura.
Lateral
esquerdo
Foto de Eng. António
Matias
Alçado posterior
Foto de Eng. António
Matias
Alçado
principal
Foto de Eng. António
Matias
«Depois do
jantar fomos ao local próprio para telefonar, enviar e receber mensagens
através do telemóvel de meu irmão. Conseguimos contactar com a minha cunhada,
Cândida e com o Adelino Torres Antunes. Tanto a família como os colegas que deveriam
juntar-se a nós, na próxima semana, encontravam-se bem de saúde.
26 DE JULHO DE 2003 (SÁBADO) – NAS CHOCAS-MAR
·
Passeio
pela praia e
·
Desenho
da Fábrica do algodão
Passeio pela praia
Hoje pudemos
refazer-nos da viagem e do dia de ontem. Dormimos até às 07:00 horas da manhã.
O dia parecia oferecer um sol radiante, mas, à hora em que estou a escrever,
começa o sol a esconde-se atrás de uma cortina de nuvens bastante densas!
Desenho da Fábrica do algodão
Logo após o
pequeno-almoço demos um passeio pela praia, onde fizemos algumas fotografias,
recomeçando, de regresso, os trabalhos ontem começados: desenho do da fábrica
do algodão e organização da escrita e contabilidade. No que respeita a esta,
dei 250.000,00Mts ao Raimundo para comprar caril, amêijoas e frangos.
Encetou-se, hoje, o saco de 50kg de farinha de trigo que tínhamos trazido de
Nampula.
Neste dia, de
mar agitado e céu encoberto, escasseiam os barcos de pesca e os pescadores não
trouxeram peixe a casa, como é seu costume! O tempo não lhes é propício e nós
teremos de nos contentar com amêijoas para o almoço e frango para o jantar! E
nada mau, meus senhores europeus! Vocês têm outra sorte, pois podem escolher, à
vontade, nas bancas dos supermercados, os alimentos que aí chegam, com o “senão” de não saberem, frequentemente,
como é que eles aí chegam e donde eles procedem!
27 DE JULHO (DOMINGO) – EM SAUA-SAUA
·
Levantamento
de vários edifícios e do Reservatório,
·
Futuro
do grande reservatório e da casa grande
·
Desenho
da casa das Máquinas
Levantamento de vários edifícios e Reservatório
Ontem à noite,
julgámos ser melhor voltar a Saua-Saua para continuarmos as medições de outros
edifícios e para irmos comprar carvão. Como não podíamos contactar com o Sr.
Adamo, mandámos contactar o Sr. Abdul, proprietário de 300 hectares de uma
plantação de coqueiros e mangueiras, que se estende por oito quilómetros, ao
longo da estradada ou picada que vai de Chocas-Mar ao Mossuril.
O nosso
emissário não conseguiu combinar com ele o preço porque tinha visitas em casa,
mas sim a hora. Ficou marcada para as seis da manhã. Poderíamos ter previsto
que, a essa hora, fosse demasiado cedo para quem teve amigos e festa em casa, à
noite! Mas quem não conhece os usos e costumes da terra não deve arriscar
muito. Com efeito, ao outro dia, passaram as seis, as sete e mesmo as oito
horas em ponto e ele sem aparecer. Quando outro emissário foi chamá-lo, ele
desculpou-se, dizendo ter adormecido, ou “ter-se
passado”, como disse o emissário, devido à festa precedente.
Finalmente
arrancámos para a Plantação de Saua-Saua, onde tudo estava calmo. Não havia
trabalhadores. Apenas o João e mais um outro operário que, por ali, apareceu.
Era Domingo e por isso não era para admirar tal tranquilidade.
Ajudados pelo
Raimundo recomeçámos o trabalho de medição, levando a efeito as Medidas e
fotografias) de: Casa das Máquinas
do Algodão, Oficina auto, Posto de Socorros, Recepção, Carpintaria, Instalações
Sanitárias (I.S.), Fábrica do Arroz, assim como do Reservatório principal da
água e a pequena alameda que se lhe segue, que supomos ser o filtro artificial
da água que sai do reservatório, sendo captada, ao fundo, numa pequeno
reservatório. Pensámos, mais tarde que poderíamos construir um outro
reservatório de maiores dimensões, ao lado do fontanário da grande bica de modo
a puder conservar armazenada uma maior quantidade de água de reserva, donde
seria bombada para a distribuição geral.
Posto Médico
Foto de Eng. António
Matias
Futuro do grande reservatório e da casa grande
Sentiu-se a
necessidade de cobrir o actual reservatório para evitar contaminações de vária
ordem e pareceu mais prudente ao Eng. António Matias não continuar com os
trabalhos na Casa Grande, visto ter esta de ser bem recuperada por estar
destinada a restaurante para o que será necessário criar outras estruturas,
como: casas de banho, mais amplas; urinóis; cozinha, etc. Por esta mesma razão,
as próprias fossas (ETAR) deverão ser ampliadas. Assim sendo, seria melhor finalizar
e apetrechar a casa do ângulo (conhecida por “Casa-Mãe”, visto ter sido esta a
primeira residência da Família Ferreira dos Santos) para servir de apoio a
todos os trabalhos futuros e cuja recuperação está bastante adiantada.
Por volta das
quinze horas parámos o trabalho e bebemos, cada um, o líquido saboroso de um
coco, chamado,”lenho”. Ainda nos rimos ao tirarmos umas fotografias para
memória.
O Eng. António Matias a
beber água de coco
Foto de José Matias
Como combinado,
o Sr. Abdul apareceu por volta das dezasseis horas, mas, como estávamos
cansados regressámos directamente às Chocas sem procurarmos o carvão,
deixando-o para o regresso de Nacala, onde deveríamos ir no dia seguinte em
busca de cimento, cal hidráulica, ferro, tubos e curvas de PVC.
Depois de nos
termos refrescado com a água de coco, muito abundante na plantação de Saua-Saua
comemos alguma coisa e recomeçámos o nosso trabalho de medições e desenhos no
papel para, mais tarde serem devidamente aperfeiçoados e catalogados, como já
era costume nosso.
Desenho da casa das máquinas
Às dezoito
horas dirigimo-nos ao local do costume (junto à antena geral, ou perto da
figueira ou árvore da borracha) nas Chocas-Mar) para telefonarmos ou recebermos
mensagens, sem resultado. Decidimos, então, voltar ao trabalho e tentar, de
novo, essa operação após o jantar. Enquanto continuávamos o trabalho, mas
agora, em desenho e escrita, recebemos a visita do Sr. Adamo, tendo esta por
objectivo dizer-nos que a bomba de água da sua viatura estava avariada e que,
portanto, seria muito problemática a ida a Nacala como estava programada.
Perante tal situação, que não é para admirar, visto as circunstâncias serem por
nós já conhecidas, decidimos esperar notícias da “Patroa” e escolher um outro dia, talvez quarta-feira, se ela não
chegasse antes da sexta-feira. É que, o carro que comprou, em Joanesburgo, em
parceria com outros colegas (Adelino, Jorge e Matias) talvez desse para fazer o
transporte da mercadoria desejada.
Ao jantar, que
foi às vinte horas e m quarto, tivemos peixe-pedra com batata assada no forno,
após o qual fomos dar um curto passeio higiénico e procurar telefonar, o que se
manifestou impossível, a não ser para a Guarda. Após o passeio começámos o
desenho da Casa das Máquinas que bem pode ser reservada para formar parte do
futuro Museu.
28 DE JULHO DE 2003 (2ª FEIRA) – NAS CHOCAS-MAR
·
Desenho
de:
·
Casa
das Máquinas, Oficina auto, Posto Médico,
·
Carpintaria
e Recepção
Desenho da casa das máquinas, oficina, Posto Médico
Uma vez que não
pudíamos ir a Nacala, por falta de transporte, ficámos em casa, começando logo,
pela manhã a desenhar os edifícios supra mencionados. E, como o trabalho era
muito minucioso e exigente relativamente à paciência e cálculos, cada edifício
levou o seu tempo. Assim, a casa das máquinas e a oficina-auto ficaram
terminadas às onze horas e trinta minutos; após um pequeno passeio pela aldeia
e tentativas para telefonar (recebendo, então, uma mensagem do Adelino do dia
25 dizendo que andavam a ver “belos
carrões”), começámos, às doze horas, o desenho do Posto médico,
interrompendo-o para almoço (caril de camarão com arroz, vinho e papaia, por
sobremesa) e recomeçando-o às doze horas e meia para vir a ser terminado às
quinze horas; um quarto de hora depois começou o desenho do Posto da Recepção
que viria a ser terminado, às dezassete horas e meia.
Oficina-auto (vista
parcial)
Foto de Eng. António
Matias
Vista geral da oficina
Foto de Eng. António
Matias
Oficina alçado esquerdo
Foto de Eng. António
Matias
Entretanto mandámos
o Arlindo, filho do Sr. Raimundo, a avisar o Sr. Adamo para que viesse, no dia
seguinte, às Chocas a fim de nos levar, de manhã, à Plantação, de modo a
pudermos finalizar os trabalhos do levantamento e proceder a algumas correcções
ou verificações dos edifícios já desenhados. De regresso traz-nos a novidade,
mais que esperada, de que o seu carro estava ainda a ser arranjado e de que,
provavelmente, não poderia estar aqui antes das oito horas. A ver vamos se,
pelo menos, a essa hora aqui estará!
Alçado posterior
Foto de Eng. António
Matias
Alçado principal
Foto de Eng. António
Matias
Interior
da Oficina
Foto de Eng. António
Matias
De seguida
fomos dar uma voltinha até ao local de recepção de mensagens. Ali recebemos
duas mensagens de meu sobrinho, Tiago, para o pai a dizer que já tinha
terminado a página da Internet que preparara para a Isotropia e que a Joana já
estava de férias. A seguir à leitura dessas, o António recebeu um telefonema da
nossa irmã Natália a dizer que a Joana estava sempre a falar do pai e a pedir à
mãe para telefonar. Meu irmão telefonou-lhes e falou com todos eles.
Desenho da Carpintaria e Balneários
Às dezoito
horas e vinte minutos começou a ser desenhada a carpintaria que tem uma
estrutura simples. É constituída por um alpendre com pilares de 2,60 metros, um
telheiro a quatro águas e um anexo a duas. É bem arejada e evita a acumulação
de poeiras. Foi terminada às dezanove horas, sendo, então, começado o desenho
das Instalações Sanitárias.
Carpintaria
Foto de Eng. António
Matias
Às dezanove
horas e quinze minutos tínhamos o jantar na mesa: peixe-pedra, grelhado com
batata cozida, pão e vinho. Levantámo-nos da mesa de trabalho e sentámo-nos à
mesa de repasto
Seguiu-se o
passeio habitual, sem mensagens da parte dos nossos sócios. Tentámos
contactá-los mas todos os esforços resultaram infrutíferos. Voltámos a casa e
finalizámos o desenho dos balneários da oficina auto, às 21:00 horas.
29 DE JULHO 2003 (3ª FEIRA) – NAS CHOCAS-MAR
·
Telefone
em Saua-Saua (possibilidade),
·
Desenho
da Fábrica do Arroz,
·
Levantamento
da Instalação Sanitária nº 2 (I.S.2)
·
Levantamento
das implantações
·
Desenho
das implantações
Associados em Maputo e entrega do Estudo
Logo após o
pequeno-almoço, fomos telefonar. Contactámos com os nossos associados, ficando
a saber que ainda estavam em Maputo e que entregariam o Estudo de Viabilidade
Económica aos destinatários previstos, hoje à tarde. Comunicaram-nos também que
o carro que tinham comprado na África do Sul teria de ficar em Maputo, no fim
das férias, a fim de dar entrada em Joanesburgo. Até ser legalizado, teria de
ficar com a matrícula sul-africana.
Conversando
entre nós os dois, António e José, veio-nos à ideia que talvez se pudesse
legalizar o carro, em nome da Mossáfrica, depois desta ter sido inscrita em
Nampula. Veremos o que se poderá fazer, depois de eles chegarem, aqui.
Telefone em Saua-Saua (possibilidade),
Com a intenção
de contactar com a Ana Samanta para saber como estava ela e o caso do meu cão,
fomos aos telefones públicos. Não conseguimos que ela atendesse, pois tinha o
telemóvel desligado ou ocupado.
Conseguimos, no
entanto, saber que para nos fazerem uma baixada de telefone para a Plantação de
Saua-Saua, teremos de pagar a instalação apenas, que custa 485.550,00Mts,
acrescidos dos custos do equipamento, isto é, do telefone e da taxa mensal, ou
aluguer que fica em 225.000,00Mts. A colocação dos postes e a instalação,
disse-nos o Sr. Valentim, será feita em dois ou três dias (!!!).
Desenho da Fábrica do Arroz
Enquanto eu me debruçava sobre o meu computador para
descrever estas linhas, o António, no seu, ocupava-se do desenho da Fábrica do
Arroz cuja área é de 710m2. Embora se encontre muito danificado: sem
cobertura, nem vidros nas janelas, os aros destas apresentam um estado
recuperável. São de madeira rija e, ainda em bom estado. Uma raspagem e uma
pintura bem aplicadas, ficam melhores do que se fossem feitas, agora, de
madeira nova.
Fábrica do Arroz
Foto de Eng. António
Matias
São, neste
momento, nove horas e trinta minutos. Lá fora a maré está vazia, o calor começa
a apertar e, notícias do Sr. Adamo, nem sombras se descortinam. Dá-me a
sensação de que o conserto do seu carro não será ainda para hoje! Também não
admira, tendo em conta os meios disponíveis sob o ponto de vista de material e
da qualidade de mão-de-obra.
Mas, afinal
sempre chegou, embora só às dez horas, o que nos parecia tarde. Não tínhamos o
almoço preparado nem podíamos esperar que fosse feito. Decidimos levar dois
pãezinhos com manteiga e uma garrafa de água e pusemo-nos a andar, depois de
combinarmos com o cozinheiro para ter o almoço feito lá por volta das as quinze
horas.
Levantamento da Instalação Sanitária nº 2 (I.S.2)
Depois de
chegarmos à Plantação, fizemos algumas aferições, passando, de seguida, ao
levantamento da casa que servirá de instalações sanitárias, sendo denominada
I.S.2 que, com a I.S.1 teremos Instalações para homens e mulheres separadamente
(está localizada entre os balneários, a casa das máquinas e a fábrica do
arroz).
Instalações Sanitárias
Foto: António Matias
Terminado este trabalho passámos ao levantamento das
implantações, incluindo neste, todos os edifícios do complexo que nos pareceram
poder ser aproveitadas, ficando de fora aqueles que, quer pelas suas dimensões,
quer pelo seu estado de alta degradação, não deixam dúvidas quanto à sua
eliminação, podendo deles ser aproveitado algum material para a reparação de
outros, tais como: tijolo, madeiras e placas de lusalite ou telhas de fibrocimento.
Todo este
trabalho foi realizado num tempo recorde de quatro horas, debaixo de um sol
abrasador – o pior período do dia –, ou seja, entre as dez horas e meia e as
catorze e meia –, e, ainda por cima, sem almoço. Este, que deveria estar pronto
à nossa chegada, por volta das quinze horas, como fora programado, nem às
dezasseis e dez (hora precisa deste parágrafo) foi apresentado. Esperámos e
continuámos a trabalhar – o Tó a desenhar e eu a escrever. Valeu, no entanto, a
pena, pois às dezasseis e trinta, veio para cima da mesa uma bandeja com três
apetitosas lagostas. O quilograma passou que no ano passado custava 45.000 Mts,
passou, este ano, para 75.000,00Mts.
- Porquê,
Raimundo? Porquê essa diferença? Perguntei eu.
- Porque uns brancos que vieram da Índia e que ancoraram o
barco junto à Ilha de Moçambique compravam toda a lagosta ao preço que lhes era
pedido, sem regatear. Agora, também para nós é muito caro. Os pescadores não
querem vender barato.
Desenho das implantações
Começou-se o desenho da implantação, logo a seguir ao
almoço, ou seja, desde as dezassete horas até às dezanove e pouco, momento em
que faltou a luz. O “apagão” foi
longo. Durou toda a noite, reaparecendo apenas cerca das dez e um quarto do dia
seguinte. Evidentemente, não pudemos fazer mais nada até esta hora.
30 DE JULHO DE 2003 (4ª FEIRA) – NAS CHOCAS-MAR
·
Baptismo
de localização – nada mais que um hipótese
·
Acertos
nos desenhos de algumas instalações.
·
Sem
novas dos sócios vindos de Joanesburgo
·
Entrega
do EVEF
Aperfeiçoamento do trabalho ontem desenvolvido
Enquanto a luz
não chegou fomos dar um passeio, ao longo da marginal da vila, sendo
acompanhados pelo Arlindo que nos foi indicando os nomes dos proprietários de
muitas das vivendas que por ali existem, tais como: três pertencentes ao Sr.
Governador de Nampula (uma para os acompanhantes, outra para os filhos e
refeições da família e uma terceira para o casal pernoitar); uma pertencente ao
Interposto (que, por sinal está à venda); uma série delas que pertencem ao
Banco de Investimento de Moçambique (BIM) e umas duas cujos proprietários são
os Caminhos-de-ferro de Moçambique.
Ficámos a
conhecer também a amendoeira moçambicana e uma espécie de feijão do mato enorme
que, infelizmente não é comestível. É de referir que, por volta das oito horas,
caíram umas gotas de chuva, mas nada que se parecesse a chuva verdadeiramente.
Foi pena, porque uma boa chuvada, nesta altura, viria mesmo a calhar para as machambas do João e para o jardim que
plantou em frente e à volta da Casa Grande. A propósito: da semente de maracujá
e de flores que lhe trouxemos de Portugal o ano passado, tem lá um belo
plantio. O Homem parece ter jeito e tem mostrado interesse, pela herdade da “Patroa”.
Amendoeira
africana
Amêndoa
africana
Fotos de Eng. António
Matias
Enquanto
esperávamos pela luz fomos pensando no que se poderia mandar fazer aos
trabalhadores, quando estes não tivessem mais material à disposição. Poderiam:
- Procurar e amontoar areia em diversos sítios, junto aos edifícios que irão ser reconstruídos, de modo a que vá sendo lavada com as chuvas que vierem a seu tempo; o buraco que for feito servirá para enterrar o entulho dos edifícios destruídos, depois de se lhes aproveitar o material ainda bom;
- Procurar pedra e parti-la, fazendo brita;
- Fazer blocos de cimento, logo que se compre a máquina apropriada;
- Cobrir e pôr em ordem a carpintaria para poder ser utilizada desde logo;
- Abrir os buracos para a futura ETAR principal, cujo local lhes deverá ser indicado,
- Colocar os vidros nas janelas das casas meio recuperadas, etc.
Baptismo de localização – Nada mais que uma hipótese
Também, para
melhor localização acho que as diversas ruas deveriam ser conhecidas por nomes
de personalidades que estiveram e estão na génese da Plantação, tais como:
Comendador João Ferreira dos Santos, Raul Rebelo de Almeida, Maria Tabita
(1ª,2ª,3ª). Para tal eu propunha o seguinte:
·
Avenida Comendador João Ferreira
dos Santos (Entrada até ao Arco),
- Rua Tabita (Do Arco à Casa Grande);
- Rampa Raul de Almeida (Da 1ª casa ao tanque grande);
- Rua Tabita Almeida (A da circunvalação – a ser feita);
- Rua Tabita Domingues (Ultima, à esquerda antes de chegar ao Arco);
- Rua Nova (ou Mossáfrica) (A que for aberta para servir o complexo turístico),
- Miradouro da Europa (O que está por cima da Mina),
- Miradouro Indo-Asiático (O que está junto da Nascente grande).
Acertos nos desenhos já feitos anteriormente
Assim que veio
a luz recomeçamos os trabalhos, consistindo, hoje, de pequenos acertos num ou
noutro desenho, especialmente nos da Casa da Recepção, Carpintaria e
implantação geral. Seguiu-se o desenho das Instalações Sanitárias (I.S.) que
continuarão a dar serventia aos trabalhadores das Oficinas de automóveis e da
carpintaria.
As suas
condições actuais deixam muito a desejar, tais foram as malfeitorias que os
anos, as intempéries e os usuários de diferentes facções políticas lhes
infligiram. Consta que a Plantação de Saua-Saua foi ocupada pelos soldados de
ambas as cores políticas, utilizando-a, mas sem nunca olharem pela sua
manutenção. Pelo contrário, se uns a abandalhavam com a destruição, outros a
delapidavam dos seus melhores haveres ou faziam dela um joguete ou alvo de
tiros desconcertados, ou apontados por meras brincadeiras de mau gosto, como
parece ter acontecido com a fonte de Água Boa, que, além de ter sido
danificada, foi transformada em lavadouro público, como abaixo se apresentará.
Fonte de “Água Boa”
Foto de Eng. António
Matias
Casa da recepção
Foto de Eng. António
Matias
Após o almoço que começou às 12:50h, fomos dar o nosso
passeio higiénico ao “posto telefónico”.
Ali recebeu meu irmão algumas mensagens e contactámos com a minha cunhada,
Cândida e com a Ana Samanta. Entre as notícias houve duas desagradáveis, mas
que estão dentro do ciclo da vida: a morte do pai de um dos sócios de meu irmão
e o abate forçado do meu cão Johburg, atacado de Leishmaniose e que não
resistiu aos tratamentos devido ao mau estado dos seus rins, apesar de ter sido
tratado e internado no hospital “S. Bento”,
durante uma semana. Mais um revés que, oxalá, não seja prenúncio do destino do
seu dono!
Vista da Baía a partir
da Casa Grande
Foto de Eng. António
Matias
Sem novas dos outros sócios, vindos pela África do Sul
Dos nossos
sócios cuja localização, neste momento, nos é desconhecida, não recebemos
mensagem alguma, mas enviámos-lhes uma, para os pormos ao corrente da nossa boa
disposição, do andamento dos trabalhos e para lhes solicitar notícias suas
acerca da sua saúde e do dia da sua chegada às Chocas-Mar.
De regresso a
casa, pedimos ao Raimundo para avisar o Sr. Adamo de que precisaríamos dos seus
serviços no dia de amanhã, quinta-feira, de modo a terminarmos o levantamento
que está mesmo a chegar ao seu termo. E, às catorze horas e meia, recomeçámos
as tarefas de costume. Desta vez, foi o restante do desenho da carpintaria e o
desenho da Fabrica do Arroz que terminou às dezasseis horas e um quarto. Nem
temos tido tempo para ir dar um mergulho à praia, o que para muitos parecerá
incrível, mas é a pura verdade! É trabalhar sem descanso, ora na Plantação, ora
nas Chocas a pôr a limpo e desenhar no computador o que tinha sido medido
naquele lugar.
Entrega do Estudo de Viabilidade Económica e Financeira no CPI de Maputo
De
passagem por Maputo, vindos de Joanesburgo, o Adelino, Tabita e Jorge
entregaram ao Dr. Rafique o Estudo de Viabilidade Económica e Financeira, com
este ofício:
“Ao C.P.I de Maputo
Através da presente vimos solicitar a V.
Exa. A apreciação e aprovação do Projecto de Estudo de Viabilidade Económica e
Financeira relacionada com o Projecto “Saua-Saua. O Presidente, Adelino Torres
Antunes”.
31 DE JULHO DE 2003 (5ª FEIRA) – SAUA-SAUA
Poço
de serventia,
Repetição
das medições para a implantação geral,
Possibilidade de um poço de serventia para a População e Plantação
Mais um dia em
que foi necessário acordar cedo. Eram cinco e meia e o despertador chamou-nos
ao cumprimento do dever.
Durante a noite,
que não foi toda dedicada ao sono, matutei sobre o modo de fornecermos água à
população das cercanias que tem de percorrer quilómetros para carregar a água
até às suas casas. Logo à entrada da Plantação há zonas que, mesmo nos fins de
Julho, possuem água à superfície. Tive, então a ideia de mandar abrir um poço,
pelo método de manilhas a serem enterradas à medida que se vai escavando. E
escavar nessas zonas não se torna muito difícil devido à constituição arenosa
do terreno.
O poço seria
aberto dentro da Plantação, seria tapado e nele seriam introduzidos dois tubos:
um seria ligado a uma bomba manual (ou eléctrica, mais tarde) para servir a
população, enquanto o outro ficaria fechado com uma torneira ou um bujão, de
modo a ser utilizado quando fosse necessário para regar parte da Plantação. Ao
pequeno-almoço expus esta ideia ao meu irmão que a achou possível e utilitária.
Não gastaríamos
energia com a puxada da água como seria nosso desejo, iríamos ao encontro das
necessidades das gentes da Terra e diminuiríamos a afluência de “costumeiros” percorrendo a avenida
principal e aglomerados, lavando-se e lavando roupa as suas roupas, tachos e
panelas, junto às fontes.
Repetição das medições para a implantação geral
Às seis horas,
desta vez quase em ponto, o Sr. Adamo estava diante do portão. Pegámos no saco,
com os apetrechos necessários, dois papo-secos com manteiga, uma garrafa de
água, a máquina fotográfica e o computador portátil. Estes dois últimos
objectos deram muito jeito, pois à medida que íamos fazendo o levantamento dos
edifícios, fotografávamo-los para, no trabalho do desenho, pudermos fazer
comparações e rectificações. Era ver o Eng. António a correr, de um lado para o
outro, a carregar no botão da objectiva e, de seguida, correr a descarregá-la
no disco do seu computador que eu levava de um ponto nevrálgico para o
seguinte!
Verifiquei que
novos pés de Maracujá tinham sido plantados e, desta vez, à volta do Miradouro
principal (Miradouro da Europa) como tinha sugerido ao João. O Cabo andava a
acarretar água para regar as plantas e a relva, enquanto os pedreiros partiam
brita para as novas fossas.
Começámos por
medir as distâncias que mediavam entre a nascente principal (tanque) e a casa
grande e entre esta e a fábrica do algodão; daqui, aferimos as medições já
antes feitas dos restantes edifícios que julgámos ser possível recuperá-los;
localizámos, melhor, a avenida principal.
Tudo isto, no
intuito de fazermos, mais tarde, a planta de implantação.
Levantamento e desenho da Casa Grande,
De seguida fizemos
uma pequena pausa, após a qual nos lançámos denodadamente no levantamento da
Casa Grande que deu pano para mangas. Medimo-la por dentro e por fora, o
terraço, assim como a sua cerca, terminando, por volta das doze horas e meia. E
esperámos até à chegada do carro que se deu por volta das treze e um quarto.
Casa Grande (Frente)
Foto de Eng. António
Matias
Chegados a casa
refrescámo-nos com um duche que soube às mil maravilhas e foi-nos servido um
belo arroz de caril de camarão, sendo regado por uma “Super bock” fresquinha.
Terminado este, dirigimo-nos ao local de comunicação, mas não tivemos nenhuma
mensagem, nem chamada, por mais que esperássemos.
Secção para a
implantação turística
Foto de António Matias
De novo em
casa, tomou cada um o seu computador para neles introduzir os dados recolhidos.
Assim o António fez as devidas correcções no desenho de implantação; desenhou a
nascente/tanque e fez os esboços das casas 1,2,3,4,5, do armazém e da casa
frigorífica, ambos situados a Nascente da avenida Comendador João Ferreira dos
Santos e, ainda, os arruamentos existentes, aos quais foram acrescentados
outros, de modo a dar ao conjunto um aspecto harmonioso. Foi, então, tudo
gravado em disquete de segurança, não fosse o diabo tecê-las! E passou-se ao
ordenamento e catalogação das sessenta e quatro (64) fotografias que o Eng.
António fez. Vistas, em casa, pareceram-nos bastante boas e servem, sem dúvida,
para o efeito desejado, e... vamos lá, e também para uma boa recordação, no
futuro.
Casa nº 1 (= nº 14)
(à entrada do lado esquerdo)
Casa nº 3 (= nº 4)
Alçado principal (lado direito de quem entra)
Casa nº 4 (nº 3)
Alçado principal (lado esquerdo)
Casa 5 ou casa-mãe (= nº
6) Alçado principal
Fotos de Eng. António
Matias
Precauções contra os mosquitos
São, agora,
dezassete e quarenta e cinco. É preciso precaver-nos contra os mosquitos. O
António foi vestir-se de longo para tapar a maior parte possível do corpo. E,
hoje, há mosquitos em barda! Lá fora as ondas do mar batem ruidosamente contra
as rochas e muros! Até mais logo. Vamos dar uma volta para ver se há mensagens.
Não havia mensagem alguma! Um pouco preocupados, volvemos
nossa faina que foi avançando até às dezanove horas, tempo do jantar, segundo o
que foi combinado com o cozinheiro. Com o “Baygon”
que lançámos em todas as dependências da residência, não houve mosquito, mosca
ou outro insecto que tenha resistido. O ambiente, de momento, é calmo e
convidativo ao trabalho. Pena é que já nos encontremos cansados, pois nestas
circunstâncias não damos tanto rendimento à Patroa. Mas, fazendo bem as contas,
só hoje já lhe demos umas boas onze horas! É que os intervalos que fizemos não
foram além de quinze minutos. E, depois de nova tentativa, recomeçámos a
desenhar a C.G.
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