MOÇAMBIQUE 2001 (II)
INTRODUÇÃO
Vamos apresentar, sucintamente, o
nascer, o desenvolvimento, as devastações e os trabalhos de recuperação da
Plantação de Saua-Saua, sita no Conselho e Distrito do Mossuril, na província de Nampula, Norte de Moçambique.
Dividireei a minha
exposição em quatro partes, a saber:
I- Saua-Saua de João Ferreira dos Santos
II- Saua-Saua nos anos da guerra civil
III- Saua-Saua no ano 2001
IV- Saua-Saua sujeita a recuperação
I- Saua-Saua de João Ferreira dos Santos
II- Saua-Saua nos anos da guerra civil
III- Saua-Saua no ano 2001
IV- Saua-Saua sujeita a recuperação
I- SAUA-SAUA DE JOÃO FERREIRA DOS SANTOS
I.1- Fundadores
Saua-Saua foi adquirida pelo Sr. João Ferreira dos Santos, natural de Bombarral, nos seus primeiros anos de Moçambique. Era ele casado com Dª Tábita Clorinda Domingues Ferreira dos Santos, natural de Mogadouro, Trás-os-Montes, a qual lhe deu dois filhos gémeos (João e José Ferreira dos Santos) e uma filha, Maria Tábita Domingues Ferreira dos Santos que nasceu em Middelburg, Concelho de Middelburg, África do Sul.
Saua-Saua foi adquirida pelo Sr. João Ferreira dos Santos, natural de Bombarral, nos seus primeiros anos de Moçambique. Era ele casado com Dª Tábita Clorinda Domingues Ferreira dos Santos, natural de Mogadouro, Trás-os-Montes, a qual lhe deu dois filhos gémeos (João e José Ferreira dos Santos) e uma filha, Maria Tábita Domingues Ferreira dos Santos que nasceu em Middelburg, Concelho de Middelburg, África do Sul.
Casal Ferreira dos Santos
com os dois gémeos
Em Geba, com o Sr. Governador-geral, José Nicolau Nunes de Oliveira (1936-1938) |
Comendador João Ferreira dos Santos
Homenagem da "Flashes Brasileiros" em 1959
EDIÇÃO BILÍNGUE LUSO-BRASILEIRA
Sob a direcção de Joaquim A. Matias - Rio de Janeiro
- 1959 -
Dª Tábita Clorinda, Esposa do Sr. João Ferreira dos Santos nos anos 1966
Homenagem da "Flashes Brasileiros" em 1959
Legenda da FLASHES BRASILEIROS
EDIÇÃO BILÍNGUE LUSO-BRASILEIRA
Sob a direcção de Joaquim A. Matias - Rio de Janeiro
- 1959 -
Dª Tábita Clorinda, Esposa do Sr. João Ferreira dos Santos nos anos 1966
Dª Maria Tábita Domingues Ferreira dos Santos e Raul Rebelo de Almeida, em 1932
Dª Maria Tabita Domingues Ferreira dos SaAntos e Raul Rebelo de Almeida, os dois braços direitos de João Ferreira dos Santos casados n a cidade de Moçambique no ano de 1933
Raul de Almeida com a sua filha Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida, neta de João Ferreira dos Santos, no dia do sedu 1º aniversário (19.07.1952)
Sr. Raul Rebelo de Almeida e seus filhos, Maria Tabita e Raul
Dona Tabita Clorinda e genro Ral de Almeida
Dona Maria Tabita Domingues Ferreira dos Santos
Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida e seu neto Tiago Blanch
Aniversário do Tiago com a mãe, Maria Tabita Fernandesl e pai, Ant. Pedro Blanch
Ana Samanta Ferreira dos Santos Almeida, neta de Raul de Almeida e de Maria Tabita Domingues F.S
e bisneta do Comendador João Ferreira dos Santos e de Tabita Clorinda Domingues Ferreira dos Santos
em Cabo Verde (Ilha do Fogo,1992)
Dona Tabita Clorinda e genro Ral de Almeida
Dona Maria Tabita Domingues Ferreira dos Santos
I.2- HERDEIROS DIRECTOS
Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida e seu neto Tiago Blanch
em Torre del Mar (Málaga, Espanha
Aniversário do Tiago com a mãe, Maria Tabita Fernandesl e pai, Ant. Pedro Blanch
Ana Samanta Ferreira dos Santos Almeida, neta de Raul de Almeida e de Maria Tabita Domingues F.S
e bisneta do Comendador João Ferreira dos Santos e de Tabita Clorinda Domingues Ferreira dos Santos
em Cabo Verde (Ilha do Fogo,1992)
I.3- SAUA-SAUA ENTRE 1950-1975 (25 DE JUNHO)
Arco de entrada para a Zona Residencial da Família Ferreira dos Santos
Vila Tabita engalanada
Outro trecho da Vila Tábita, rodeada de verdejante arvoredo e bem ajardinada
Dia de festa, em Saua-Saua que parfecia, toda ela, um jardim
Dia de festa, em Saua-Saua que parfecia, toda ela, um jardim
Abundância de caça
Bar
Saua-Sau em Festa - 1952 - Arroz sauda-vos
Bar ao ar-livre
Pontão com a gente à espera de dar as Boas-Vinadas
Visita do Sr. Governador-geral de Moçambique
II- SAUA-SAUA NOS ANOS DA GUERRA CIVIL (1976-1992)
Um ano após a declaração da Independência (25 Junho de 1975) instaurou-se um cli,a de guerra civil em Moçambique. Entre os anos 1976-1992 guerrearam-se dois partidos durante o longo período de 16 anos, ficando conhecida sob o nome de "guerra dos 16 anos" ou "guerra de desestabilização de Moçambique". O primeiro grupo, chamado FRELIMO (“Frente de Libertação de Moçambique”), teve por oponente o Partido da RENAMO (“Resistência Nacional Moçambicana”.
Após a independência de Moçambique, alguns
militares portugueses dissidentes da FRELIMO fixaram-se na Rodésia, então
governada por Ian Smith que se via em dificuldades internas e cujos resistentes
se haviam instalado em Moçambique. Este aproveitou-se desses dissidentes “frelimistas”
para tirar proveito a favor da sua grave situação. Por seu lado a FRELIMO
apoiava também esses dissidentes.
Ora, a Plantação de Saua-Saua, além de ter
sido sempre cobiçada pelos aventureiros nativos e oriundos de outras
procedências, serviu a um e outro partidos de campo de manobras e de
residência, deixando-a no estado em que a fomos encontrar em 2001.
III- SAUA-SAUA NO ANO 2001
III.1- O Arco de entrada da Zona Residencial
III.2- Parque Residencial
Garagem da Vila Tábita
Conjunto ao redor da Vila Tábita
Casa 1
Casa 2
Casa 4
Casa de Recepção
Casa-Mãe (ou primeira casa a ser construída em Saua-Saua)
Posto médico
Uma outra casa
Vandalismo sobre o Cofre
III.3- União Fabril
Instalações Sanitárias e Carpintaria
Carpintaria
Fábrica de Arroz
Armazém em muito mau estado
Fábrica do Algodão
Uma das máquinas do algodão
Oficina de autimóveis
Rampa da oficina
Conjunto do depósito de água para as fábricas
III.4- Manutenção geral de água
Nascence principal
Bica geral
Símbolo de Saua-Saua, Fonte da Residência e Fantanário
Reservatório elvado
Autóctones em busca de água
III.5- Manutenção alimentar
Pocílga
III.6- Vista geral da Plantação
Conjunto ruinoso da plantação
III.7- Constatação
Não restam dúvidas de que a Plantação, no
seu conjunto, se encontrava numa lástima! Ninguém, depois de ter conhecido ou
visto nas imagens Saua-Saua de João Ferreira dos Santos, poderia acreditar no
que viu em 2001.
Ora, se a qualquer visitante causava
espanto, à dona actual que a conhecera antes, não poderia causar senão um
lancinante gemido de dor e um suspiro de amarga saudade! Quantos dias não
passou, ali, alegre junto de seus familiares e amigos?! Ao vê-la no estado de
2001 não admira que não conseguisse disfarçar umas gélidas lágrimas de
sofrimento e uns furtivos soluços de amaritude!
Mas, nem tudo estava perdido. Cheia de
coragem, a Tabita repensou o que já antes decidira: recuperá-la. Para
isso, no entanto, alguns passos deveria dar, sendo o primeiro desanexá-la dos
bens da Firma JFS e, depois pô-la em seu nome, como a sua mãe lhe havia
prometido, visto constituir essa plantação uma doação feita, por Escritura
Notarial (que eu próprio vi e conservo em meu poder) feita pelo seu fundador,
Comendador João Ferreira dos Santos, já falecido.
O seu sonho, depois de restaurada, tinha
uma dupla faceta: instalar nela uma escola e um complexo turístico.
IV- SAUA-SAUA SUJEITA A RECUPERAÇÃO
IV.1- Grupo de reconhecimento
O primeiro grupo que se predispôs a
contribuir para essa recuperação era composto pelas seguintes personalidades:
TABITA FERREIRA DOS SANTOS REBELO DE
ALMEIDA, filha de Da. Maria Tabita Ferreira dos Santos, a, então, dona da
PLANTAÇÃO e professora na escola Humberto Delgado de Santo António dos
Cavaleiros, concelho de Loures;
Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebeloede Almeida
com o Régulo e o seu Cabo que sempre acarinharam a iniciativa
com o Régulo e o seu Cabo que sempre acarinharam a iniciativa
ADELINO TORRES ANTUNES, Eng. e Professor na escola Humberto Delgado de Santo António dos Cavaleiros, Concelho de Loures;
Adelino com o Régulo e o seus Cabo
MARIA DO CARMO, Engª Química;
Maria do Carmo no trabalho de medições
JOANA TORRES ANTUNES, Estudante na Escola Secundária "Pedro Alexandrino" na Póvoa de Santo Adrião, Concelho de Loures;
Joana Antunes na praia de Saua-Saua
JOSÉ
COELHO MATIAS, professor na escola Maria Veleda, em Santo António dos
Cavaleiros, Concelho de Loures.
José Matias saboreando a água do coco
e plantador da 1ª videira em Saua-Saua
IV.2-Recuperação em marcha
Dando seguimento a esta obra de
recuperação, outras acções se vão sucedendo, nomeadamente:
- Em 2002, com a Missão Mossáfrica, que fez um levantamento fotográfico da região norte de Moçambique na qual tomaram parte activa os fotógrafos profissionais, Fernando Matos, José Monteiro Gil e Luís Azevedo e o relator Prof. José Coelho Matias;
- Em 2003, com o Levantamento de todos os edifícios levado a cabo pelo Eng. António Coelho Matias e Prof. José Coelho Matias;
- Em 2004, com a limpeza geral e seccionamento do terreno, com a plantação de coqueiros, mangueiras, cajueiros, bambus e com o melhoramento de alguns edifícios, arruamentos e nascentes e fontanários da água potável, etc., trabalhos estes que foram levados a cabo pelo Eng. Jorge Rodrigues e pelo Prof. José Coelho Matias;
- Nos anos seguintes com o aproveitamento e engarrafamento da água, por meio de uma Sociedade, formada por Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida, Jorge Rodrigues e Tiago Amorim, que viria a ser vendida, pouco tempo depois, ao Sr. Eng. Vieira Lino, qual se tem mostrado interessado em, aí, instalar um Complexo Turístico, em sociedade com a proprietária da Plantação, Maria Tabita Almeida.
·
"Moçambique 1991/92
(I)";
·
"Moçambique 2002 (III)";
·
"Moçambique 2003 (IV)";
·
"Moçambique 2003 (V)";
·
"Moçambique 2003 (VI)";
·
"Moçambique 2003 (VII)";
·
" Moçambique 2003
(VIII)";
5 Comments:
Sou Maria Tabita, filha de Raul de Almeida e de Maria Tabita Domingues e gostaria de saber quem é que descreve tão bem todo o passado de Saua-Saua.
mariatabita.almeida@gmail.com
Gosto do que li
Sou Maria Tabita, filha de Raul de Almeida e de Maria Tabita Domingues e gostaria de saber quem é que descreve tão bem todo o passado de Saua-Saua.
mariatabita.almeida@gmail.com
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Gostei se saber que Saua-Saua está a ser recuperada. Conheci essa propriedade em 1974, numa visita ocasional ao local, quando prestava serviço militar no Namialo. Na altura já mostrava grandes indícios de abandono. Por ironia do destino fui convidado para trabalhar na Companhia Agrícola "João Ferreira dos Santos", tendo desempenhado as funções de Gerente das Plantações da Muchelia/Naguema e Gêba e posteriormente como Director-Adjunto de Produção, com intervenção em todas as propriedades agrícolas e fábricas(algodão, arroz e sisal) do Grupo JFS, no Norte. Nessa altura, ainda coordenei trabalhos para limpeza e recuperação de Saua-Saua, mas na altura (1977) as prioridades da Administração do Grupo eram outras e não me foram dadas condições para continuar o que havia projectado. Depois vim-me embora de Moçambique (1978), mas guardo boas recordações do local e da Empresa à qual dediquei alguns anos da minha juventude.
Victor Nunes dos Santos
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