Wednesday, April 3, 2013

SONHO DE AVENTURA (VIII) COLÓQUIO INTERNACIONAL EM FLORIANÓPOLIS



Conteúdo


 1- Introdução

O meu sonho de aventura continua. Desta vez sou convidado a embrenhar-me mais profundamente no coração desse país maravilhoso que tenta em chamar por mim! O convite pareceu-me irrecusável.

2- Convite de participação

Um belo dia, já não posso precisá-lo com exactidão, recebo este convite:
Doutor
Veja se lhe interessa ou a alguém seu conhecido participar neste Evento onde eu coordeno uma sessão temática com uma colega brasileira – relações de poder e género. Aceitam-se comunicações até 4 de Maio.
Cumprimentos
Maria da Conceição Ramos
Universidade do Porto
A colega da Professora Doutora Conceição Ramos era já nossa conhecida. É a Professora Doutora Neuza Farias de Araújo.

3- Inscrição no Colóquio de Florianópolis (28 de Maio 2008)

A Inscrição para o Colóquio de Florianópolis, situada no Estado de Santa Catarina, foi enviada no dia 28 de Maio de 2008, como o comprova a resposta que me enviaram, pois, além de uma pequena correcção relativa ao nome de uma das coordenadoras, assinalam o dia do envio: (Colóquio Santa Catarina, Sent: Monday, April 28, 2008 7:24 PM; Subject: Inscrição em Fazendo Género Corpo, Violência e Poder (25-28/08). A resposta foi esta:
“Prezado José,
Recebemos sua proposta de Trabalho. Fizemos uma correção na sua ficha de inscrição. No campo onde estava registrado "Jair Zandoná", substituímos por " Neuza de Farias Araújo", como pode conferir no link http://www.fazendogenero8.ufsc.br/st29.html, os coordenadores do ST para o qual encaminha proposta.
Cordialmente,
 Jair Zandoná
Secretaria do FG8
www.fazendogenero8.ufsc.br
A minha inscrição seguiu os ditames exigidos pela Organização do Evento:
Nome: Matias, José Coelho
 Instituição: Universidade Portucalense
 Titulação: Doutorando,Telefone: 931694140   e-mail: zecomat@gmail.com
 Título do Simpósio temático: Relações de Poder e Género
 Coordenadores: Maria da Conceição Pereira Ramos e  Neuza de Farias Araujo
 Título do Trabalho: A Violência Sacralizada no Século XVI à Luz da Doutrina de Manuel de Sá (1530-1596).
 Maria Tabita Almeida e Adelino Torres Antunes inscreveram-se também neste mesmo evento, sendo já do nosso conhecimento a participação da Professora Natália Ramos. 

4- Resumo da Comunicação

Na Europa do século XVI, nomeadamente na Península Ibérica, a violência provocada pela Inquisição era praticada, normalmente, de três modos: quer à margem de qualquer lei, quer em nome das leis sacralizadas da Igreja católica, quer em nome das leis dos Estados, que, por sua vez, se sacralizavam pela força das leis da Igreja que os seus defensores professavam.
Essa violência não se circunscrevia apenas a um dos sexos, nem a uma determinada classe de idades. Ela abrangia homens, mulheres e crianças cuja culpa poderia advir de faltas cometidas de três actividades distintas: exercer disjuntiva ou cumulativamente, feitiçaria, bruxaria, prostituição, homossexualidade; seguir e ensinar uma filosofia e ciência e uma teologia diversas daquelas ensinadas pala Igreja católica; professar uma religião diferente à católica, principalmente o judaísmo e o islamismo.
Nesta comunicação, a partir de uma análise à obra de Manuel de Sá e a documentos coevos, procurarei situar esta problemática, mostrando como é que no século em que viveu este diásporo português, pela ciência, pela religião e pelo poder se processou a Inquisição que chegou ao ponto de criar diferentes e bárbaros tormentos a serem discriminadamente aplicados a cada género e faixa etária – homens, mulheres e crianças – e como é que ele reagiu contra tal situação. Na reacção de Manuel de Sá, é caso para dizer que sempre que surja a violência e a discriminação, há sempre uma voz incómoda a clamar por justiça.
Palavras-chave: Corpo, Inquisição, género, Violência
 Ass. José Coelho Matias

5- Solicitação de Bolsa de Viagem à Gulbenkian (30 de Maio):

Como a minha situação económica não era avantajada e como todas as despesas quer de deslocação, quer de alojamento e de trabalho de investigação, são da conta dos participantes, a Professora Natália Ramos sugeriu-me (igualmente o sugeriu ao Adelino) para que pedíssemos uma bolsa à Fundação Calouste Gulbenkian, pois esta, dizia, costuma ajudar nestas circunstâncias.
Levados por esta esperança fomos os três à Internet ver quais os requisitos para concorrermos a uma bolsa. À primeira vista pareceu-nos ser complicado, visto serem muitos os requisitos demandados. Mas, depois de bem estudarmos as condições, resolvemos preencher a grelha e, depois de preenchido o formulário, reenviámo-lo para o destino correcto e ficámos na expectativa.
Mal acabámos de enviar a candidatura, recebemos o seguinte aviso:
A sua candidatura foi criada com sucesso!
O número atribuído ao seu processo é 95259. Com este número poderá aceder ao site My-File.Gulbenkian.pt e aí acompanhar todas as fases da sua candidatura bem como contactar-nos, sempre que necessário.  
Poderá aceder à sua página de login através do url http://my-file.gulbenkian.pt/Login.aspx?PROCESS=95259. Esta mensagem foi gerada automaticamente, pelo que não deverá responder.
6- Bolsa recusada
Tal resposta deu-nos algum alento! A ilusão, no entanto, ia aumentando, à medida que o tempo passava e a resposta não chegava. Em determinado dia o Adelino recebe a comunicação agradável de que lhe tinham concedido 1014 €, o que, não dando para a viagem que custava para cima de 1.200€, já era uma grande ajuda! A mim, no entanto, não chegava resposta alguma! Mas ela tinha que chegar: negativa ou positiva! E, … finalmente, chegou! Mas negativa! Razões? Baseada em critérios? Na resposta dizia-se que não se explicitavam, mas que poderiam ser um ou mais, daqueles muitos que constavam na lista! Paciência! Creio que terá pesado o facto de eu já ser reformado e de ter uma idade já avançada, o que lhes poderá ter dado azo a pensar não ser já não de grande utilidade à Comunidade.
Perante esta resposta, pensei e repensei, chegando à conclusão de que seria melhor desistir da ida a Florianópolis. Embora já tivesse enviado a Comunicação escrita na íntegra, resolvi enviar um eail à Professora Conceição, com conhecimento da Professora Natália Ramos, a fim de lhes comunicar que não iria a Florianópolis, pela razão supra mencionada.
A Professora Natália pediu-me que pensasse melhor, mas se continuasse na minha, ela arranjaria alguém, lá em Florianópolis, para ler a minha Comunicação.

7- Aniversário da Tabita (19 Julho - terça-feira)

Foi mais um dia de festa, reunindo em nossa casa os amigos mais próximos que quiseram associar-se a nós, entre os quais sobressaem os que pousaram para a fotografia comemorativa:
A aniversariante

Com meu irmão Alcides, seu filho Rodrigo Tó Zé e Marília

Tó Zé, Marília e Bárbarinha com quase 3 anos de idade

João e filho

Tabita com a Professora Natália Ramos,
 e com O Professor António e Esposa e ainda João Firme

8- Em Antas de Fornos de Algodres (10-14 – De Agosto)

Neste dia encontrávamo-nos em Antas, no Concelho de Fornos de Algodres, em casa da Profa. Lurdes Figueiredo.
Logo de manhã de segunda-feira, dia 11, fomos à feira a Fornos de Algodres, aproveitando a oportunidade para visitarmos algumas aldeias vizinhas, na mira de encontrarmos queijos da serra. Infelizmente não encontrámos nada que nos servisse.
Capela da Paróquia de Casal Vasco
Placa onde se comprova a doação desta capela à Paróquia de Casal Vasco
No dia seguinte (dia 12) fomos à Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo e Linhares da Beira. Gostámos imenso, sobretudo do Castelo, construído sobre uma única rocha. Os muros têm uma grossura de metro e meio.
Por estes dias tive a devolução do IRS que me fez repensar a decisão de ida a Florianópolis. Com este facto e o desanuviamento causado pelos ares e pelas belezas das Aldeias, Vilas e Cidades da Serra, inclinei-me para a anulação dessa resolução!

9- Terceiro aniversário da Bárbara

À noite desse dia 14, a Tabita e eu fomos a casa do meu sobrinho António José Gaspar (Tó Zé), casado com a prof.ª Marília para participarmos na festa do 3º Aniversário da sua filha, Bárbara. Divertimo-nos imenso com a miúda que está bonita e mostra ares de quem já quer ser gente!
Bárbara com os pais no seu 3º Aniversário

10- Dia de decisões (15 de Agosto - sexta-feira) 

Entre os prós e os contras, a Tabita, Adelino e eu, reunidos em nossa casa, no dia 15 de Agosto, tomámos a seguinte decisão:
- Vamos a Florianópolis.
Tendo tomado esta decisão e antes que voltássemos com ela atrás, telefonámos à Professora Natália para lha comunicarmos. Evidentemente, ela recebeu a notícia com grande satisfação e prontificou-se a ajudar-nos em tudo o que fosse preciso.
Procurámos voo, hotel e meios de pôr tudo em pratos limpos: dinheiro para transporte, alojamento e refeições. Tudo ficaria, segundo os nossos cálculos em 1 700 euros, por pessoa.

11- Professora Natália e o Projecto Violência, Saúde e Interculturalidade

No dia seguinte, 16 de Agosto de 2008, fomos a casa da Professora Natália Ramos, porque ela nos tinha chamado para nos dar a conhecer a existência de um Projecto de Cooperação Transnacional – Convénio FCT/CAPES que tinha por título: “Violência, Saúde e Interculturalidade no Brasil e em Portugal” e que era organizado pela Universidade Federal da Paraíba – Brasil - Programa de Pós-Graduação em parceria com a Faculdade de Psicologia Social e Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI) da Universidade Aberta de Lisboa.
Durante uma merenda bem recheada em que não faltou o vinho do porto, a Professora Natália convidou-nos a fazer parte desse Projecto que ela achava muito interessante, rico e valorizador.
A responsabilidade deste Projecto coube ao Brasil e a Portugal.
a)      - Por parte do primeiro país, à Universidade Federal da Paraíba (Cidade Universitária S/N, CEP: 58059900, João Pessoa PB – Brasil - Telefone 558332479118, E-mail penhalcoutinho@yahoo.com.br) na pessoa da Professora Associada, Doutora Maria da Penha Lima Coutinho;
b)      A parte de Portugal coube à Universidade Aberta (sita na Rua da escola Politécnica, 147 1269-001, Lisboa Portugal - Telefone 351213916300, E-mail natalia@univ-ab.pt), na pessoa da Professora Doutora Associada, Maria Natália Pereira Ramos.
Começamos logo nessa tarde a trabalhar nele, preenchendo parte dos dados exigidos, deixando para o dia seguinte o resto. Levámos o trabalho para nossas casas a fim de irmos avançando, especialmente no que dizia respeito ao resumo dos curricula vitae dos participantes brasileiros e portugueses, ficando marcada nova reunião para no dia seguinte, a partir das 15:00h.  
À noite deste mesmo dia fomos, de novo, a casa do meu sobrinho Tó Zé, mas desta feita foi para darmos os parabéns à sua irmã e minha sobrinha, Cândida Amélia (Camé), licenciada em Enfermagem e a exercer, actualmente, no Centro de Saúde de Fornos de Algodres.

12- Organização da Candidatura do projecto - 17 de Agosto

De manhã, a Tabita organizou os CV dos participantes portugueses e eu tratei dos animais e do jardim. Enviei um e-mail ao Prof. Juarez Chagas comunicando-lhe a nossa ida a Florianópolis, pelo que, se viesse a Portugal durante o período da nossa ausência, deveria entrar em contacto com a Samanta e/ou João Firme. No fim fui ajudar a Tabita na tarefa dos curricula.
De tarde, por volta das 2:00 horas, fomos ao aeroporto mandar um fax para Barcelona a fim de confirmarmos os Bilhetes de avião com destino a Florianópolis, seguindo, imediatamente, para casa da Profa. Natália Ramos de modo a continuarmos a organização do Projecto e, finalmente, copiá-lo On-line e enviá-lo para o devido endereço/ destinatário, no Brasil.
- “Não é possível”, dizia a Professora Natália, quando o Adelino, ao introduzir os dados e os itens, estes apresentavam mais caracteres do que o exigido!
E, eis que a Professora tinha de retomar o trabalho de “corte” e “costura”! São, neste momento, as 20,05 horas! O sol espelha seus raios dourados nas águas límpidas do Tejo que, daqui (do seu apartamento) se apresenta como um manto azul dourado a servir de passadeira entre Lisboa e Almada!
Ao computador, o Adelino escreve: “Apresentadora do Projecto: Maria Natália Ramos Natural de S. Jorge da Beira – Covilhã, nascida a 03-12-1956, e seguia de item em item, num frenesi que só visto!”
De tempos a tempos fazia-se um telefonema para a Professora Maria da Penha, organizadora do Projecto do lado do Brasil, a fim de se acertarem agulhas. Desta vez foi sobre a área em que deveria ser colocado o Projecto: se na das Ciências Sociais, Saúde ou Psicologia ou se noutra qualquer
- “Obedecendo à resposta da Maria Penha, o Projecto fica na área da Psicologia”, diz a Profa. Natália.
Vem, logo a seguir, o problema do espaço para a Bibliografia que não estava contemplado em parte alguma!
- “Injustiça”, reclama a Profª Natália!
- “No Projecto brasileiro não havia limites para coisa nenhuma! No nosso tudo está regulamentado, Santo Deus!”
De facto, eis as limitações relativas aos limites dos caracteres para os itens: CV da Apresentadora (6.000); dos participantes portugueses e Brasileiros 20.000 e assim por aí adiante.
A última etapa versava sobre a Relevância do Projecto, mas ainda não estava pronta a ser introduzida! A Professora ia entrando em transe!
- “Eu, que fiz praticamente todo o projecto para o Brasil, continuava a lamentar-se a Profª Natália! A nós obrigaram-nos a reduzir tudo drasticamente e nem espaço nos deram para a Bibliografia. Mas isto tem lá agora seriedade!? Não pode ser! Bom …, vamos lá a preparar este tema”.
- Tira daqui, coloca acolá e …, “depois componho”, dizia a Professora.
 São já as 20:50h! Já temos 2800 palavras e o número de caracteres estava quase a ser atingido!
- “É só colocar mais algumas palavras e pronto!
Só que o número ultrapassou, também desta vez, os limites.
- “Vamos, agora organizar tudo, reduzir até 3000 e introduzir o tema como deve ser, disse a Professora Natália”
E continuou por dizer:
- “Agora tomo eu o computador para organizar o item da Relevância do tema. E se perdemos tudo?” “Ai se tudo se me vai embora” continuava a Professora?
- Não vai não, Professora”, respondia a Tabita, para a sossegar!?
- Posso salvaguardar, perguntava o Adelino?
- “ E, se perdemos tudo?
E esta ansiedade continuava a aumentar de momento para momento, enquanto o Projecto ia sendo completado.
- “Agora já tenho menos, mas ainda não está como eu quero, continuava por dizer a Professora, num tom de nervosismo que metia dó!
- “Coloco mais algumas coisas e toca a andar! … Agora já tenho caracteres a mais!”
“É o jogo do tira-e-põe”, acrescenta a Tabita.
- “Bom, fica assim. Mas, como é que deixei passar este tema, lamentava a Professora?!”
De facto, a organização de um Projecto deste teor e com tantas limitações e imposições dá uma trabalheira doida! Não é para alentejanos e muito menos para cardíacos! Cada participante deveria saber, de antemão, o número de caracteres a que deveria sujeitar o seu próprio CV porque, assim, seria mais fácil (…).
- “Três mil, trezentas e trinta!” Vou eliminar uma frase minha!”
- “ Agora são 2730”, diz o Adelino: troque a frase e tiramos de outro lado. Agora ultrapassa os 3000!”
- “Este computador não deve estar bom!” dizia a Professora. “Agora fico com 2640. …É mesmo bizarro!”
Na sequência do tira e põe, o número aumenta brutalmente! Mais uma tentativa e… já… está: 2993 caracteres!
- “Fica, assim mesmo!”
São as 21:39H.
- “Adelino, vai para a Net, introduzir os dados finais”, sugere a Tabita!
Lá vai ele. A Professora organiza os papéis para verificação e, ambos verificam toda a organização do documento, esperando que tudo seja introduzido, o mais depressa e certinho possível.
- “Vamos rever tudo, outra vez. Reze lá, Dr,” dizia a Professora, dirigindo-se mim, como se eu fosse um santo milagreiro!
- “Salve-nos!”
Finalmente, chega-se ao fim!
- “Agora, vamos criar o PDF para que ninguém o possa modificar”, acrescenta o Adelino
- “Já foi, questiona a Professora?”
- “Ainda não”, responde o Adelino especificando a razão!
- “Há, aqui, alguns erros que é preciso corrigir: Falta o nº do BI da Professora! Os Objectivos têm mais 74 caracteres! E lá tivemos que recortar, de novo. Afinal a contagem é com espaços incluídos e nós fizemos sem os contar! Erro grave! O formulário não especificava e partimos do suposto que era sem espaços! Em futuros projectos já sabemos: devem-se contar sempre os espaços”.
Foi preciso fazer nova operação de corte.
CV da Responsável Portuguesa (6.000)
Justificação da Cooperação 3000 caracteres. Temos mais 3500 caracteres. É preciso tirar 500…. Chegámos a 2900.
Lista de publicações: 20.000. Temos mais 3000! Toca a tirar com força. Sobre Vieira, tira aqui, tira ali! Mais publicações minhas… Ainda não! E lá chegámos aos 20.000. São as 22:35h!

Trabalhos efectuados entre parceiros (limitado a 6.000). Temos 6.800 caracteres!
Tira esta frase, aqui, Natália Ramos. Já está! São as 22:44h!

Relevância do Projecto (3000). Temos 3.500 caracteres.
“Tire este”! Não será melhor retirar este? Ainda temos que tirar mais um parágrafo! São as 22:46h.

CV de Responsável Brasileiro (Mª Penha) (6.000)
TEM 5990. Mas vamos tirar alguns para ser mais seguro e passaram mais dois minutos!
CV Participantes Brasileiros (20.000). Basta tirar alguns. Temos que tirar mais! Já passou com 19.930! São as 22:55h!
CV Participantes Portugueses (20.000). Temos 20.500! Tira algo mais no CV da minha irmã! Organização de trabalhos científicos. Tira até esta unidade…Do Matias…Vou eu a tirar. Este parágrafo, aquele e aquele….
- “Esperem, aí”, diz o Adelino.
- “Vamos a outro”! Vão ao meu”, diz a Tabita”.
Já está! Terminámos de rever e são, agora as 23:08h!
Guardar em Ambiente de Trabalho em PDF e enviar! São as 23:10h!
- “O que é que diz”, pergunta a Professora, sorrindo….
- “Já foi”, confessa o Adelino.
- “São as 23:12h, assinalo eu.
. “ Agora imprima-se o termo de responsabilidade para ser assinado pela Natália”, acrescenta o Professor Patrício, saindo da sala para ir imprimir o dito termo de responsabilidade.
 Este vai à impressora e entrega o documento à professora Natália que o assina…, não sei como, tal era o seu nervosismo!
Passa-o, de novo, ao Prof. Patrício para o digitalizar e, assim, ser enviado ao secretário da Organização.
São agora, precisamente as 23:16h!
Posto isto fez-se a cópia na pen de cada interveniente e, às 23:20 horas fecha-se o computador. Fecho do computador. Finaliza-se tudo, ainda antes do tempo regulamentar, precisamente às 23:20h!
- “Que alívio”, desabafa a Professora Natália.

13- Compra dos bilhetes para Florianópolis (18 de Agosto – 2ª-feira)

Os bilhetes foram adquiridos no “Centro de Viajes Terminal A, S.L.” (Passeo del Ferrocarril 335 – bajos 1ª Castelidefels, 08860 Barcelona; CIF B-63061220; IATA 78-2 7426 5; Registro Mayorista/Minorista 1.067. Factura 212-145161).
O montante relativo a três bilhetes de adultos (2.769.00 €), acrescidos de taxas de aeroporto (909.03), de serviço Terminal A (31.03€), com mais 16.00€ de IVA% (o que equivale a 4.97), menos 27,69 de desconto, importou num total de 3.686,34€. Tudo isto foi feito através da Internet.

14- Partida e chegada a Florianópolis (20 de Agosto – 5ª-feira) 

Partida em TAP17, às 10:15h (hora de Lisboa) e chegada a Brasília, às 15:40 (hora  de Brasília, ou seja, menos 4 horas do que em Portugal), o que equivale a 9 horas e 15 minutos de voo.  Em Brasília ficámos até às 21:51h, ou seja, 4 horas e tal. Demos umas voltas no aeroporto, comemos alguma coisa e, às 21;11h demos entrada na sala de embarque onde permanecemos … cansativamente … até à hora de partida que aconteceu cerca das 21:51h.
Chegámos a Florianópolis às 23:56h, durando a viagem 2:05. À saída estava à nossa espera um funcionário do Hotel Daifa, o qual nos conduziu até este hotel, sito no Bairro José Mendes, em frente ao Iate Clube Veleiros (Rua Professora Maria Júlia Franco, 294- Prainha/Centro; Fone (48) 3225-0435; reservas@hoteldaifa.com.br).
Ao chegarmos ao seu automóvel, apareceu outro senhor com duas malas e um volume enorme sobre o comprido que refilou com o condutor, dizendo que não havia espaço para 4 passageiros e sobretudo para as malas e volumes que ele trazia. O condutor bem tentou convencê-lo de que havia lugar na bagageira, visto que ela era espaçosa, mas o cavalheiro exigiu outra viatura. Ao entrarmos no carro, o condutor saiu-se com esta:
- O senhor estava estressado!

Ao chegarmos ao hotel ele já lá estava, pelo que o condutor acrescentou:
- Ah, já aí está o estressadinho!

15- Visita a Florianópolis (21 de Agosto - Quinta-feira) –

A primeira coisa que fizemos no dia anterior, foi acertar os relógios pela hora brasileira, pois existe a diferença de horário em quatro horas.
Cheios de sono como estávamos, dormimos até às oito horas da manhã! Uma vez levantados descemos até ao refeitório, quarenta e cinco minutos depois. Ali demos com uma variedade razoável de comida e bebida: três tipos de pão, mortadela, ovos, salsicha, manteiga, sumos, café e leite, melancia e papaia.
Após esta refeição fomos perguntar ao senhor do hotel qual a melhor maneira de visitar a cidade. Disse-nos que o melhor seria alugarmos um automóvel, pois assim teríamos melhor mobilidade e menos gastos. Assim o fizemos.
Com a sua ajuda combinámos fazer um contrato com a empresa de aluguer de viaturas. Telefonámos e, pouco tempo depois, veio buscar-nos um empregado dessa mesma empresa que nos conduziu até à sede para aí fazermos o contrato, por escrito. Por três dias pagaríamos 210,00R$. Assim o fizemos.
Já com o carro em nosso poder, partimos em demanda do norte da Ilha, dirigindo-nos ao Miradouro da Lagoa da Conceição e seguindo, depois, em direcção a Retiro da Lagoa, donde descemos para ir parar à Praia da Joaquina.
Mapa de Florianópolis

Lagoa da Conceição
Na verdade, é uma belíssima lagoa, rodeada por montes verdejantes. Faz parte do Bairro da Lagoa da Conceição que se situa no centro geográfico da Ilha. Esta Lagoa, juntamente com outras praias, dunas e montanhas tornou-se um dos pontos turísticos naturais mais emblemáticos de Florianópolis, atraindo a si milhares de turistas nacionais e estrangeiros.
Tabita e Adelino no Retiro da Lagoa
Retrocedendo em direcção ao norte, passámos de novo pelo Retiro da Lagoa, Praia Mole, Praia da Galheta (uma praia fantasma, pois toda ela se encontrava completamente vazia, apesar das suas grandes e modernas instalações, predominando a cor branca) e a Barra da Lagoa, sita na Ponta da Galheta.
Alongámos, à nossa esquerda, o Parque Flor do Rio Vermelho, e, à nossa direita, a Praia Grande, dita também de Moçambique, onde fiz várias fotos às embarcações de pesca, uma das quais … precisou da ajuda de alguém para desencalhar por falta de água, mas, por pudor não ouso publicar a foto correspondente! Mas … o Adelino deve recordar-se de tal ocorrência!
Seguimos até à Praia dos Ingleses, da qual retrocedemos com destino ao hotel, passando pela Vargem Grande, Vargem do Bom Jesus, Vargem Pequena (que são bairros do Estado de Santa Catarina, localizados no distrito de Cachoeira do Bom Jesus, no Norte da Ilha de Florianópolis), Praia de Santo António de Lisboa, onde existem vários viveiros de ostras e onde provámos essas delícias, à mistura com camarão frito em óleo de alho.
Dali seguimos em direcção a Cacupé, Saco Grande, chegando, finalmente, ao hotel na cidade de Florianópolis, extenuados, mas satisfeitos pelo enriquecimento geográfico adquirido.
Perto da Aldeia de Santo António.
O eterno companheiro do pescador
Após termos comido frugalmente, a Tabita e o Adelino foram para o refeitório do hotel, de modo a sentir-se recolhidos para trabalharem na comunicação que deveriam apresentar no Congresso e eu fiquei no quarto, revendo o meu power point.
Passado algum tempo a Tabita voltou para o quarto queixando-se das dores de cabeça e do cansaço. Nestas circunstâncias, fui eu fazer companhia ao Adelino que ainda tinha ficado a organizar os gráficos relativos aos inquéritos que tinham recolhido entre os alunos da sua Escola e que lhes serviriam na Comunicação a ser apresentada no Colóquio.
Deitámo-nos cedo!

16- Visita ao Mercado (22 de Agosto – 6ª-feira)

Levantámo-nos às 07:00h, indo tomar o pequeno-almoço ou o “café da manhã” como dizem os nossos irmãos brasileiros, segundo o tipo bufete: fruta (melancia e papaia); três ou quatro variedades de pão e de charcutaria; ovos mexidos e salsichas, queijo, manteiga, sumos (de uva, laranja, maracujá), café e leite.
Monumento ao presunto na Praça principal de Florianópolis
Ainda antes do pequeno-almoço, telefonei à Samanta, ficando a saber que tudo ia bem lá por casa, Após esta refeição tomámos o carro (alugado) e dirigimo-nos ao centro da cidade, com a intenção de apreciarmos as suas maravilhas, apesar da chuva, que caía com alguma intensidade, o que já se vinha prolongando desde ontem à tarde, quando regressámos da nossa volta ao norte da Ilha, como já referimos.
Depois de algumas voltas pela cidade, dirigimo-nos ao mercado exterior, estacionando o carro mesmo ao lado.
– Como o local só permite estacionamento durante duas horas (sistema rotativo – 1 real por hora) só podemos permanecer nesse local durante esse espaço de tempo. Vimos e fotografámos a praça dos presuntos, onde comprámos bolbos de flores. Admirámos também grandes dentes de alhos que mais pareciam cebolas, tão grandes eles eram,, ainda “pombos morenos”!
Dentes de alho
Saímos, por isso desse local, demos mais algumas voltas, indo estacionar num parque, onde só se pagava no fim, estivéssemos as horas que necessitássemos e, por sinal, ficámos até às 16:30h, tendo pago, no total, 14 reais.
Antes deste termo muito andámos e muito observámos! Passámos pela Livraria Catarinense à procura de livros sobre estética para a Samanta, mas, infelizmente, não encontrámos nenhum. Encontrámos, sim, alguns livros sobre Educação, úteis, sobretudo, ao Adelino e Tabita. Eu interessei-me por um que versava sobre as origens do Cristianismo, acabando por adquiri-lo.
Ao passarmos, mais uma vez pelo Mercado, e como eram já horas de almoçar, parámos junto a um restaurante. Mal tínhamos acabado de parar, aproximou-se de nós um funcionário que nos convidou a entrar. Acedemos e ele, prontamente, conduziu-nos a uma salinha, no sótão.
A nossa primeira reacção foi de desconfiança! Mas, logo de seguida, apresentou-nos a lista dos pratos ou ementa e ajudou-nos a escolher:
- Para mim, diz a Tabita, uma sequência de camarão à bolonhesa (camarão panado, arroz, batatas fritas e salada),
- E para mim, a mesma coisa, continuei eu.
- E tu, Adelino? Perguntou a Tabita?
 - Alguma coisa que não tenha, sal. Por isso, o melhor é um peixe com salada e arroz, retorquiu ele.
 Daí a pouco estávamos a saborear o que tínhamos pedido. Soube-nos bem. No fim, pagámos pelos três 86.00 R$.
Ao despedirmo-nos, o senhor que nos serviu disse:
- Voltem amanhã e perguntem pelo meu nome…
- Infelizmente já não me recordo dele … e não estou com ideia de lá voltar, pelo menos tão depressa!
Após o almoço continuámos o nosso passeio, tirando duas fotografias à Rua Conselheiro Mafra e ao interior da Igreja Nossa Senhora do Parto.
Rua Conselheiro Mafra
Esta fica situada na confluência das ruas Conselheiro Mafra, Bento Gonçalves e Pedro Roma, muito perto do Mercado. Muito bela tanto no exterior como no interior apresenta muita simplicidade e nelas se encontravam dois fiéis muito compenetrados.
Igreja de Nossa Senhora do Parto
Numa das ruas deparámos com uma Óptica e veio-nos logo à lembrança perguntarmos em quanto ficariam uns óculos para o Adelino, que partira os seus em Montalegre aquando da visita que fizemos ao nosso colega Constantino Roque por quem fomos muito bem recebidos e acompanhados numa digressão por terras transmontanas.
Em casa do nosso colega Constantino
Fizemos uma sondagem pelas ruas de Florianópolis e demos com uma Óptica, onde se encontrava uma moreninha brasileira que convenceu o Adelino a escolher uns aros, antes mesmo de ter ido ao oftalmologista. Ela própria marcou-lhe a consulta, pois a sua agência não possuía autorização para a consulta oftalmológica.
Feitas as contas ficaria mais barato comprá-los, aqui, do que em Portugal. Demos mais umas voltas até a hora da consulta (15:00h), entrando em mais duas ou três livrarias numa das quais (Paulus) encontrei a Bíblia do Peregrino, editada por um dos meus ex-professores do Bíblico, Alonso Schökel.
Às 15:00h dirigimo-nos ao consultório do oftalmologista que tinha o consultório num dos centros comerciais dessa rua; mas antes a Tabita fez algumas compras para oferecer às pessoas das suas relações. No consultório o Adelino foi recebido pela oftalmologista que o inscreveu para a consulta, pela módica quantia de 50.00$, após o que a Tabita voltou a fazer mais algumas compras, nesse mesmo centro comercial, como por exemplo: duas bonecas, uma para a Filomena e outra para a Hermínia e um perfume para o Adelino.
Feitas essas, seguimos para a moreninha a fim de preparar os óculos e determinar a maneira de os recolher, ainda antes da nossa partida para Lisboa.
Nessa mesma Rua, de nome Felipe Shmidt, verificámos que havia vários rapazes distribuindo publicidade. Mas entre essa havia publicidade curiosa, tal como esta que um deles me meteu nas mãos e que, apresentada com uma ilustração representando um automóvel com o número 409, dizia:
- “Venha trocar o óleo!!! Ambiente climatizado!
Loiras e Morenas
4º Andar Sala 409
Hotel, Motel e Residência
Rua Feli3003 s/409 – Ed. Dias Velhote Shmidt,  Fpolis SC
3223.9165 / 9619.9326”.
Seguindo adiante pela mesma rua Felipe Shmidt, um outro anúncio me é distribuído dizendo:
- “DELIRIUS
“Venha enlouquecer com as maravilhas e mistérios de gatas a partir de R$ 30,00
Loiras e Morenas
Tf. 3225-8906
Tf 3028-8906
Rua Felipe Schmidt – apto 309
Ed. DiasVelho
Centro – Florianópolis-SC
De Segunda à Sexta 9:00 às 19
Sábado9:00 às 13:00
Ambiente Climatizado”
A rua, o edifício e o tipo de garotas era o mesmo, segundo dizem os dois anúncios, mas, se o primeiro primava pelo requinte da mudança de óleo exemplificado com um belo automóvel vermelho e com o número 409 (que corresponde ao número do quarto), o segundo destacava-se pelo horário rigoroso de funcionamento. As garotas deste último lupanar têm um horário nobre (das 9 às 19 horas o que equivale a oito horas de serviço, se contarmos 2 horas para almoço) de 2ª à 6ª-feiras e ainda os fins-de-semana livres, pois que, no sábado, só trabalhavam até às 13 horas e não se falava do domingo!
Claro, nesse dia e meio era para irem bronzear-se e cuidar do físico nas praias para poderem melhor agradar aos clientes, durante a semana.
É curioso! Ambos os centros de prazer têm loiras para os morenos e morenas para os loiros, ou, à escolha de qualquer gosto! Brasil é Brasil! Aqui encontra-se de tudo! Convenhamos: o horário de trabalho dessas meninas é bem melhor do que o dos outros mortais, no Brasil e em Portugal. Em Portugal, talvez só os ministros e parlamentares possam gabar-se de ter horário semelhante! Não serão seus parentes?
Terminada esta função, continuámos a visita pela cidade, entrando em mais duas Livrarias. Às 17:00h entrámos na “Livros e Livros”, sita na Rua Jerónimo Coelho, nº 215, onde a Tabita perguntou se tinham livros sobre “Género”, respondendo o senhor que tinham sido empacotados para serem expostos no Congresso no qual estávamos inscritos. De saída tomámos um “cafezinho” expresso, que de expresso tinha apenas o nome!. É curioso… o Brasil cultiva café, mas não tem o seu culto, pelo menos, como nós, em Portugal!
Mais à frente, na mesma rua, nº 308 encontra-se a Livraria Vozes, onde comprei a História da Cidadania, por 59,90R$. Entrámos ainda na livraria Conceito Editorial que se encontra no Centro GIA, nº 293.
Ao sairmos, o Adelino dá-nos a notícia de que o Brasil tinha perdido por 1-0 com a USA em futebol feminino e que a nova modalidade de banditismo, aqui em Florianópolis, era o assalto praticado nos autocarros.
No Mercado de peixe
Regressando, mais uma vez, ao Mercado verifiquei algumas incongruências, tais como: bancas muito bem recheadas de toda a qualidade de pescado, sardinha (embora um pouco diferente da nossa), lagosta e sapateira (também diferente das nossa), enchidos, etc., tudo muito bem acondicionado e requintadamente apresentado, com um especialíssimo asseio, o que manifesta bem o nível da população de Floripa. Mas … mas, do lado de fora, havia também mendigos a pedir e a dormir, nas esquinas, embrulhados num cobertor roçado!
No meio do fausto da Capital existe também quem necessite de ajuda
Algumas pequeninas bancas com dísticos que, vergonhosamente e quase à socapa, diziam:
- “Compro e vendo passes e tikets”.
Banca de Compra e venda  de tikets nas ruas ou praças
Tais frases revelam, sem dúvida, que entre muitas famílias menos bafejadas pela sorte existe uma certa necessidade! É bom referir que, apesar de tudo, as pessoas adultas e crianças apresentavam aspecto de estarem bem nutridos, sinal de que não passavam fome! Terão outros meios de subsistência, certamente, embora menos sofisticados e com menos qualidade!
Por volta das 18:00h fomos a uma padaria comprar pão e à Farmácia comprar alguns medicamentos para o calcanhar da Tabita. Parece ser a sina da Tabita. Cada vez que vem ao Brasil há-de dar-lhe alguma coisa: ou são as costas (em Natal e João Pessoa), ou a cabeça ou o pé (agora, aqui, em Florianópolis)!
Às 18:20 Deixámos o parque de estacionamento, dirigindo-nos ao hotel. Ao chegarmos, fiz algumas fotografias à ponte, à cidade e ao hotel Daifa.  
Ponte Hercílio Luz que liga a capital Florianópolis ao Estado Santa Catarina durante a noite
Comemos alguma coisa, após o que fomos trabalhar: a Tabita e o Adelino na sua comunicação para o Congresso e eu a redigir estas notas que terminei às 21:30h, no refeitório do hotel, por não haver, nem sequer uma mesa de trabalho no quarto, ou “apartamento”, como lhe chamam, aqui.
O Palácio do Governo, de estilo colonial, fica situado na Rua Trajano, que começa na Avenida Paulo Fontes e termina na Rua Tenente Silveira. Fiz algumas fotografias a esse palácio que me fez lembrar o Palácio do Governo de Macau (China).
O Palácio do Governo em Florianópolis (Prefeitura)


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